O Metrópoles recebeu cinco indicações para o Prêmio CNT de Jornalismo, um dos mais importantes e tradicionais da imprensa brasileira. As reportagens Vidas à beira do asfalto, Mete marcha e Um Brasil que desmorona estão concorrendo na categoria Multiplataforma, que aponta os melhores trabalhos jornalísticos que combinam texto, vídeo, áudio e infografia, entre outros recursos digitais. Além delas, fotografias produzidas para os especiais multimídia são finalistas na categoria Fotojornalismo.
O prêmio CNT está em sua 32ª edição e, desde que o Metrópoles foi criado, há dez anos, o portal garante representantes e prêmios na disputa. Organizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), o prêmio destaca reportagens que enfocam a importância do setor de transportes e de seus trabalhadores nos âmbitos econômico, social, político e cultural do Brasil. Entre os concorrentes às premiações deste ano, estão reportagens produzidas por veículos como O Globo, Estadão, Bandnews, R7 e TV Globo.
Os vencedores serão conhecidos no início de novembro e a cerimônia de premiação será realizada em dezembro, com data ainda a ser definida.
Saiba mais sobre as reportagens
Conheça as reportagens do Metrópoles que são finalistas do Prêmio CNT de Jornalismo:
Um Brasil que desmorona
A reportagem Um Brasil que desmorona, de Jade Abreu e Breno Esaki, partiu das consequências do desmoronamento da ponte Juscelino Kubitschek entre o Maranhão e o Tocantins para relatar que esse não é um problema isolado no país. A dupla viajou 9.057,8 quilômetros e esteve em quatro estados – Amazonas, Maranhão, Rio Grande do Sul e Tocantins – documentando o impacto dos desabamentos de pontes.
A equipe conversou com famílias enlutadas, caminhoneiros, comerciantes e moradores para mapear o alcance dos problemas causados por desmoronamentos de pontes e trechos interrompidos em estradas. Apesar das particularidades encontradas em cada ponto do Brasil, os entrevistados relataram sentimentos semelhantes de abandono, aborrecimento e isolamento.
A reportagem traz informações inéditas sobre o estado de conservação das pontes em rodovias federais, obtidas pelo Metrópoles via Lei de Acesso à Informação (LAI), destacando a localização de 775 estruturas que estão em situação ruim ou crítica. Também revela que o investimento na recuperação de rodovias federais foi em média 40% menor do que o solicitado pelos técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) nos últimos sete anos.
Os responsáveis pela concepção do projeto Um Brasil que desmorona são Lilian Tahan, Olívia Meireles, Otto Valle, Márcia Delgado e Érica Montenegro, que também cuidou da edição de texto. A edição de fotografia foi feita por Daniel Ferreira e Michael Melo. O projeto gráfico multimídia é de Gui Prímola e Lara Abreu. O minidoc foi roteirizado por Arthur Herdy, editado por Gabriel Foster, Leonardo Hladczuk, Lucas Akasaki, João Gomes e Blandu Correia. O desenvolvimento tecnológico foi feito por Italo Ridney, Saulo Marques e Alvino Rodrigues. A revisão coube a Geisiane Sousa.
Mete marcha
A reportagem Mete Marcha, de William Cardoso, revela o sistema de gamificação na plataforma de entregas iFood e os riscos que ele traz para os motociclistas. Durante um mês, o repórter e o cinegrafista Rodrigo Freitas acompanharam o cotidiano dos entregadores de aplicativos. A apuração revela como o iFood vincula os motoqueiros por meio de bônus e desafios, intensificando as missões durante dias de mau tempo, trânsito intenso e em rotas mais afastadas e menos seguras. A lógica de plataforma premia a pressa e os comportamentos arriscados, além de estimular a ansiedade.
A reportagem se encerra com a história de Matheus, ex-motoboy que tenta reaprender a andar em um dos centros da Rede Lucy Montoro, especializada em reabilitação física, em São Paulo. Em 2024, a cidade de São Paulo registrou 483 mortes de motociclistas, aumento de 20% em relação a 2023. No mesmo período, a rede municipal de saúde registrou 4.084 internações relacionadas a acidentes envolvendo motos.
A concepção do especial Mete Marcha é de Lilian Tahan, Olívia Meireles, Otto Valle, Márcia Delgado e Fabio Leite, que também cuidou da edição de texto. A coordenação do especial foi feita por Érica Montenegro. O projeto gráfico foi elaborado por Gui Prímola e Carla Sena, também responsável pelas ilustrações. As animações são de Leonardo Hladczuk. As imagens (vídeos e fotos) foram feitas por William Cardoso, Rodrigo Freitas e Danilo M. Yoshioka. A edição de fotografias coube a Daniel Ferreira e Michael Melo. O roteiro e a edição do vídeo foram realizados por Rodrigo Freitas. O desenvolvimento tecnológico é de responsabilidade de Italo Ridney, Saulo Marques e André Marques.
Vidas à beira do asfalto
A reportagem Vidas à beira do asfalto, de Maria Eduarda Portela, Mateus Salomão e Hugo Barreto, denuncia que os acidentes de trânsito com mortes estão aumentando em terras indígenas devido à exclusão histórica e ao alcoolismo. Levantamento feito a partir de dados do Ministério da Saúde, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e de relatórios do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) mostrou que, nas duas últimas décadas, as mortes por acidentes de trânsito aumentaram 67% entre os indígenas. De 2000 a 2023, foram 1.993 vítimas fatais.
A reportagem do Metrópoles esteve em duas das terras indígenas que mais perderam moradores em acidentes de trânsito – Dourados, no Mato Grosso do Sul, e Rio das Cobras, no Paraná. Os repórteres Maria Eduarda Portela e Mateus Salomão são responsáveis pela apuração das informações. Hugo Barreto fez os registros fotográficos e a captação de imagens para o minidoc que acompanha o especial. Giuliano Gazzoni fez a captação das imagens das entrevistas realizadas em Brasília.
Lilian Tahan, Otto Valle, Olívia Meirelles, Márcia Delgado e Érica Montenegro participaram da concepção da reportagem Vidas à beira do asfalto. O projeto gráfico foi realizado por Gui Prímola e Otavio Brito. A edição de fotos coube a Daniel Ferreira e Michel Melo. A revisão é de Geisiane Sousa. O minidoc foi roteirizado por Arthur Herdy e editado por Gabriel Foster, Leonardo Hladczuk, Lucas Akasaki, João Gomes e Blandu Correia. O desenvolvimento tecnológico coube a Italo Ridney, Saulo Marques e André Marques.
Próxima etapa
Os trabalhos finalistas serão avaliados por André Basbaum, presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação); Flávio Ferreira, jornalista investigativo da Folha de S.Paulo; Laurindo Ferreira, diretor de redação na Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (PE); Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial); e Suzana Kahn Ribeiro, especialista em transporte e diretora-geral da COPPE/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Premiações anteriores
O Metrópoles já venceu dez vezes o Prêmio CNT de Jornalismo. No ano passado, os premiados foram: O Outro Lado do Paraíso na categoria Webjornalismo e o podcast Levando Esperança na categoria Melhor Trabalho de Áudio.
Em 2023, o trabalho Estradas de papel levou o primeiro lugar na categoria Webjornalismo. Na edição anterior, a reportagem O progresso passou e se esqueceu de mim ganhou as categorias Internet e Fotojornalismo. Em 2021, A rota do tráfico humano na fronteira da Amazônia: rodovias que separam o sonho do pesadelo ficou em primeiro lugar entre os portais de notícias.
A matéria Invisíveis no banco da frente ganhou a categoria Internet em 2020. Há três anos, a reportagem Carros-fortes, homens indefesos levou duas categorias: Fotografia e Internet. Na edição anterior, a matéria Caminhoneiras, codinome coragem ficou em primeiro lugar entre os trabalhos on-line.
Em 2016, o portal conquistou o troféu com a reportagem Avisa quando chegar – O assédio que paralisa as mulheres e, em 2017, ganhou a matéria Transbrasil – Um embarque para o crime nas rodovias brasileiras.