A atriz Claudia Cardinale, um verdadeiro ícone do cinema italiano, partiu aos 87 anos nesta terça-feira, 23, em sua residência na região de Paris. A triste notícia foi confirmada por seu agente à agência France Presse, mas a causa de sua morte permanece desconhecida. A atriz deixou este mundo cercada pelo amor de seus filhos, e a data e local de seu funeral ainda não foram divulgados.
Laurent Savry, seu agente, expressou a dor pela perda, ressaltando que Claudia deixa um legado inspirador tanto como mulher quanto como artista. O ministro italiano da Cultura, Alessandro Giuli, também lamentou a partida de “uma das maiores atrizes italianas de todos os tempos”, destacando seu talento inigualável que a consagrou entre os grandes diretores do século XX.
Nascida na Tunísia de pais italianos, Claudia ganhou notoriedade em 1957 ao ser coroada “Menina italiana mais bonita na Tunísia”. Esse título lhe abriu as portas do cinema na Itália, rapidamente a catapultando ao estrelato. Entre seus papéis mais marcantes estão clássicos como “8 1/2” (1963), de Federico Fellini, e “Era uma vez no Oeste” (1968), de Sergio Leone, que a tornaram uma estrela internacional.
A sua carreira foi repleta de trabalhos memoráveis em algumas das produções mais respeitadas dos anos 60 e 70, incluindo “A Pantera Cor-de-Rosa” (1963) e “O Leopardo” (1963). Seu último projeto foi o longa “The Island of Forgiveness” (2022), uma coprodução entre Itália e Tunísia que continuou a evidenciar seu talento imenso.
Claudia recorda com carinho os encontros com dois dos maiores cineastas que moldaram sua carreira: Luchino Visconti e Federico Fellini. Em “Rocco e Seus Irmãos”, Luchino viu nela o potencial que a tornaria uma estrela, enquanto Fellini ajudou-a a desenvolver sua voz única no cinema. Embora Hollywood a quisesse, ela permaneceu fiel às suas raízes, conquistando os corações do público americano com seu talento.
Ao longo de sua trajetória, Claudia Cardinale atuou em quase 150 longas-metragens, recusando intervenções estéticas e aconselhando aspirantes a não comprometerem sua autenticidade por um papel. Mesmo em suas memórias, revelando traumas pessoais e segredos, ela sempre buscou transmitir uma mensagem de força e verdade.
Seu legado é indiscutível e sua história é um testemunho do impacto que uma mulher pode ter em um mundo muitas vezes dominado por expectativas e padrões. Em seus momentos mais caros, Claudia foi mais do que uma atriz; ela foi um símbolo de liberdade e expressão.
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