2 outubro, 2025
quinta-feira, 2 outubro, 2025

Morre Jane Goodall, renomada primatologista que revolucionou o estudo dos chimpanzés

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Photo by JENS SCHLUETER / DDP / AFP

Jane Goodall, a maior autoridade mundial em chimpanzés, se comunica com a chimpanzé Nana, em 6 de junho de 2004, no zoológico de Magdeburg, no leste da Alemanha

A renomada primatologista britânica Jane Goodall faleceu nesta quarta-feira (1º) aos 91 anos, em decorrência de causas naturais. A informação foi confirmada pelo Instituto Jane Goodall, fundado por ela. Goodall estava na Califórnia para uma série de palestras nos Estados Unidos. Pioneira no estudo dos chimpanzés e Mensageira da Paz das Nações Unidas, Goodall “faleceu devido a causas naturais”, conforme comunicado do instituto. Suas descobertas revolucionaram a ciência e a tornaram uma ativista incansável pela proteção e restauração do meio ambiente.

Nascida em Londres em 3 de abril de 1934, Jane Goodall cultivou uma paixão por animais desde a infância, inspirada por um chimpanzé de pelúcia e pelos livros de Tarzan. Aos 10 anos, já sonhava em viver na África, entre animais, e escrever sobre eles.

Sua jornada teve início em 1957, quando visitou o Quênia e começou a trabalhar com o famoso paleontólogo Louis Leakey. A grande oportunidade surgiu quando Leakey a enviou para estudar chimpanzés em seu habitat natural na Tanzânia. Goodall se destacou como uma das três mulheres designadas por Leakey para estudar grandes primatas na natureza, ao lado de Dian Fossey (gorilas) e Birute Galdikas (orangotangos).

Goodall adotou métodos inovadores, imitando os chimpanzés, sentando-se com eles em árvores e compartilhando alimentos. Suas observações levaram a descobertas cruciais, como a de que os chimpanzés utilizam ferramentas (caules e raminhos) para extrair cupins, e que eles são capazes de sentir emoções. Essas pesquisas solidificaram seu trabalho e a levaram a um doutorado na Universidade de Cambridge, que ela obteve sem ter um diploma de graduação prévio.

Em 1977, fundou o Instituto Jane Goodall para promover a pesquisa e a conservação dos chimpanzés. Em 1991, lançou o Roots & Shoots, um programa ambiental para jovens que hoje atua em mais de 60 países.

A partir da década de 1980, seu ativismo se intensificou após tomar conhecimento das ameaças enfrentadas pelos chimpanzés: exploração em pesquisa médica, caça e destruição de habitat. Desde então, Goodall dedicou-se à defesa da vida selvagem, viajando incansavelmente pelo mundo.

No ano passado, ela enfatizou a urgência da situação: “O tempo das palavras e das falsas promessas acabou se quisermos salvar o planeta”. Sua mensagem final era de responsabilidade pessoal: “Cada indivíduo é importante. Todos temos um papel a desempenhar. Cada um de nós tem um impacto no planeta todos os dias. E podemos escolher o tipo de impacto que teremos”.

*Com informações da AFP

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