Na madrugada deste domingo (20), o mundo do futebol se despediu de José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, que faleceu aos 93 anos. Marin havia passado mal no sábado à noite e foi levado ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde não conseguiu resistir a complicações de saúde. Ele enfrentava problemas sérios, incluindo um acidente vascular cerebral no final de 2023, que exigiu cuidados médicos constantes. Nos últimos anos, o ex-dirigente viveu de maneira discreta na capital paulista. O velório está agendado para este domingo, das 13h às 16h, na Funeral Home, em São Paulo.
A trajetória de Marin no futebol não foi apenas uma saga de vitórias, mas também repleta de controvérsias. Sua carreira começou muito antes dele se tornar presidente da CBF; ele também teve uma carreira política notável nos anos 1980, atuando como deputado estadual, vice-governador e, por um breve período, governador de São Paulo. Marin também foi presidente da Federação Paulista de Futebol de 1982 a 1988, onde deixou sua marca.
Nascido de imigrantes espanhóis, Marin teve uma infância humilde, conciliando seus estudos em Direito na USP com o sonho de ser jogador de futebol. A política o chamou em 1963, quando foi eleito vereador pelo Partido de Representação Popular (PRP). Mais tarde, filiou-se à Arena e se tornou presidente da Câmara Municipal de São Paulo. Sua ascensão política o levou ao cargo de vice-governador e, temporariamente, de governador, mas seu governo foi marcado por polêmicas e críticas intensas, especialmente em relação a empréstimos da Caixa Econômica Estadual.
Após sua passagem pela política, Marin retornou ao futebol e, durante sua presidência na CBF, enfrentou investigações de corrupção que arrastaram a reputação do esporte no Brasil. Em 2012, sucedeu Ricardo Teixeira e logo se viu envolvido no escândalo Fifagate, que culminou em sua prisão na Suíça em 2015, durante uma operação do FBI. Extraditado para os Estados Unidos, Marin foi condenado por corrupção e passou parte de sua pena em prisão domiciliar, principalmente devido a problemas de saúde agravados pela pandemia.
Marin, por ser filho de um boxeador e por sua própria experiência como jogador amador, sempre esteve atrelado ao esporte. Ele começou sua jornada no futebol em clubes menores e, embora sua trajetória tenha sido marcada também por momentos de controvérsia, seu impacto no futebol e na política permaneceu significativo até o fim de sua vida.
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