Uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) revela um esquema inquietante: o crime organizado manipulava e financiava movimentos sociais para proteger a Favela do Moinho, em São Paulo, de operações policiais. Na manhã de segunda-feira, 8 de setembro, lideranças comunitárias foram alvo de uma operação coordenada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e as polícias Civil e Militar, resultando em 10 prisões preventivas e 14 mandados de busca e apreensão.
Dentre os envolvidos, destaca-se Alessandra Moja, irmã de Leo do Moinho, suposto líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) na comunidade. De acordo com as acusações, ela organizava manifestações públicas sob a Associação dos Moradores da Favela do Moinho, que protegiam a comunidade de qualquer intervenção policial, sendo presa durante a operação.
“O crime organizado mantém em prática a estratégia de blindar o local contra a presença dos órgãos de segurança pública, por meio da manipulação e financiamento de movimentos sociais legítimos, utilizando táticas como a infiltração de criminosos entre os manifestantes”, afirmam os promotores.
Além disso, o Gaeco destacou que Alessandra participava ativamente de práticas criminosas junto ao irmão, que foi preso no ano anterior. Ela liderava um esquema de cobrança de propinas das famílias beneficiadas por um acordo com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU), que havia sido exposto pelo Metrópoles.
Moradores relataram ameaças alarmantes, com exigências de até R$ 100 mil de proprietários de casas na região, caso aceitassem se mudar para apartamentos da CDHU. Aqueles que se opunham enfrentavam coações para pagar “multas” ou vender seus apartamentos, repartindo o lucro com os criminosos—dentre os beneficiados está Leo do Moinho.
Esse caso gerou um inquérito na Polícia Civil e já resultou em seis denúncias contra líderes do PCC e outros afiliados na Favela do Moinho. Em meio a esse cenário caótico, um novo acordado político foi anunciado em maio. O governo federal e o Estado de São Paulo uniram forças para um programa de moradias gratuitas para os moradores da favela, com um investimento total de R$ 220 milhões.
Apesar da promessa de habitação social, a disputa política entre as gestões de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) intensificou ainda mais a situação. Este embate entre os dois governos contrasta com a necessidade urgente de solução para as famílias que ainda vivem sob a sombra do crime organizado.
Abaixo essa tensão, uma pergunta persiste: como a comunidade poderá se libertar dessa teia de manipulação? O que você, leitor, pensa sobre essa situação? Compartilhe suas ideias nos comentários!