O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) deu um passo significativo rumo à inclusão e acolhimento dentro da cultura carnavalesca ao firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Associação Afoxé Filhos de Gandhy. Este acordo, divulgado na última sexta-feira (4), promete transformar a dinâmica do bloco, que já conta com 76 anos de tradição, ao garantir a participação de homens transexuais e transgêneros.
O movimento se fortaleceu após o bloco anunciar, em fevereiro deste ano, que a participação de homens trans estaria vetada, com base em uma cláusula que limitava a associação a “pessoas do sexo masculino cisgênero”. Essa decisão provocou repercussão imediata e levou o MP a abrir uma investigação sobre a situação. O resultado dessa mobilização é um compromisso formal para a remoção da cláusula discricionária.
De acordo com o acordo estabelecido com a Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos da População LGBTI+ e Combate à LGBTfobia, a Associação Afoxé Filhos de Gandhy se comprometeu a eliminar a cláusula em questão e a comunicar essa mudança por meio de nota pública nas redes sociais e no site oficial do bloco, reafirmando que homens trans são bem-vindos.
Além da importante alteração estatutária, o Afoxé dará um passo adicional em direção à responsabilidade social. A associação vai destinar R$ 10 mil ao Coletivo Mães da Resistência, que luta pela defesa de familiares de pessoas LGBTI+ vítimas de violência. Esse valor será direcionado para projetos que atendem homens trans, além da produção de até 400 camisas para o Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (Ibrat).
Essa iniciativa marca um histórico avanço na luta pelos direitos e inclusão da comunidade LGBTI+, mostrando que a tradição e a modernidade podem caminhar juntas. O que você acha dessa mudança? Compartilhe sua opinião nos comentários!