Uma sombra se abate sobre o cenário político de João Pessoa. A primeira-dama, Lauremília Lucena, e mais nove indivíduos foram denunciados pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) por supostas práticas de corrupção eleitoral e vínculos com uma facção criminosa. Essa ação faz parte da operação Território Livre, que visa desmantelar um esquema de coação no processo eleitoral da capital paraibana.
Lauremília, esposa do reeleito prefeito Cícero Lucena, tornou-se uma figura central nessa investigação. As denúncias revelam um intrincado jogo de cartas marcadas, onde agentes políticos e servidores públicos se uniram à facção Nova Okaida. Juntos, eles teriam praticado aliciamento violento de eleitores e constrangimento a candidatos, utilizando recursos públicos em benefício próprio.
A facção, cujas garras se estendem por bairros como São José e Alto do Mateus, impõe sua vontade pela intimidação e violência, sufocando a liberdade de expressão e o direito ao voto. Como recompensa por suas ações ilícitas, líderes da organização e suas famílias eram agraciados com cargos e privilégios na administração pública, solidificando um ciclo de corrupção profundamente enraizado.
As investigações, conduzidas de maneira conjunta pelo GAECO e pela Polícia Federal, resultaram na coleta de evidências contundentes: escuta telefônica, mensagens eletrônicas e documentos oficiais apontam para uma infiltração alarmante da criminalidade no processo democrático. O MPE destaca essa situação como uma séria ameaça à integridade das instituições democráticas.
O Juízo da 1ª Zona Eleitoral recebeu a denúncia, permitindo que a ação penal eleitoral prossiga. Em uma declaração, o MPE reafirmou seu comprometimento em garantir a lisura nas eleições, a liberdade do voto e a proteção das instituições democráticas, prometendo tomar todas as medidas legais para responsabilizar os envolvidos.