Um alerta preocupa o futuro da agricultura no Brasil: um estudo da Embrapa revela que até 97% do território brasileiro pode enfrentar riscos climáticos elevados para o cultivo de alface até o final do século. À medida que as temperaturas se elevam, a realidade do cultivo em campo aberto torna-se cada vez mais ameaçada, especialmente durante os verões quentes que se aproximam.
Os pesquisadores analisaram dados climáticos históricos do Inpe e projeções do IPCC, considerando cenários otimistas e pessimistas. No cenário otimista (RCP 4.5), o aumento previsto é de 2 °C a 3 °C até 2100, colocando 79,6% do país sob risco alto e 17,4% sob risco muito alto. Por outro lado, no cenário pessimista (RCP 8.5), o aumento pode chegar a 4,3 °C, com temperaturas entre 25,4 °C e 45 °C, impactando 87,7% do território na classificação de risco muito alto.
A alface, que necessita de temperaturas amenas para germinação e crescimento saudável, enfrenta desafios significativos com o aumento do calor. Condições adversas podem provocar a queima das bordas das folhas, florescimento precoce e amargor, comprometendo não apenas a qualidade, mas também a produtividade.
Diante deste desafio, a Embrapa já está investindo em cultivares mais resistentes ao calor, como a BRS Mediterrânea, além de desenvolver sistemas de produção adaptados. O uso de inteligência artificial é parte das estratégias para construir mapas de risco climático e otimizar o cultivo de outras hortaliças, incluindo tomate, batata e cenoura.
Com uma produção anual de 671,5 mil toneladas, São Paulo se destaca como o maior produtor de alface do Brasil. Dados recentes da Conab indicam que as Ceasas comercializaram 4,6 mil toneladas apenas em agosto de 2025, reforçando a importância desse cultivo na economia nacional.
O estudo da Embrapa é um chamado à ação imediata. É urgente que os sistemas produtivos se adaptem às mudanças climáticas, garantindo a sustentabilidade e a continuidade da produção de hortaliças no Brasil. E você, o que pensa sobre o futuro da agricultura em face das mudanças climáticas? Deixe seu comentário e compartilhe suas ideias!
