
Em meio à complexa realidade da Favela do Moinho, uma moradora fez um desabafo angustiante: “Estou sendo ameaçada com promessas de que vão me encontrar. A pressão vem de todos os lados.” Este relato alarmante ganhou atenção da Polícia Civil de São Paulo, onde um inquérito foi aberto para investigar as ameaças feitas por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).
A situação se intensificou quando traficantes começaram a exigir dos moradores valores exorbitantes, que variam entre R$ 70 mil e R$ 100 mil, para que pudessem deixar suas casas em direção a moradias da CDHU. Familiares que pagam até R$ 700 de aluguel estão sendo coagidos a aceitar essas exigências sob a ameaça de perda de suas residências, pois os traficantes alegam que a mudança irá desajustar a dinâmica do local.
Para complicar ainda mais, uma liderança do PCC na região, Leonardo Moja, conhecido como Leo do Moinho, tem sido apontado como um dos principais responsáveis por esse esquema extorsivo. Sua influência e o medo que infunde nos moradores são palpáveis, fazendo muitos se calarem e aceitarem a situação.
Histórias de terror percorrem as ruas da favela. Uma ex-moradora, que preferiu não ser identificada, confirmou estar sendo perseguida por aqueles que controlam os aluguéis. “Muitas mães estão apavoradas. Não conseguimos dormir à noite com essa pressão constante”, revelou.
Apesar do apoio governamental à mudança, muitas famílias, temendo represálias, têm optado por mudar sem assistência oficial, até mesmo abandonando suas casas à noite. Das 405 famílias que saíram da região, 222 rejeitaram a proposta da CDHU, demonstrando o forte desejo de manter-se afastado do controle criminoso.
Leonardo Moja, além de liderar a facção, tem um histórico criminal que inclui acusação de homicídio e participação em atividades de tráfico. Sua influência na comunidade se estende a vários imóveis e está ligada a um sistema de opressão que intimida os moradores.
Recentemente, a disputa pela habitação na área ganhou novos contornos, com um financiamento federal de R$ 180 milhões destinado a melhorias nas condições habitacionais. Contudo, mesmo diante desse apoio, tensões políticas se intensificaram entre os governos federal e estadual, cada um buscando se afirmar como protagonista na solução da crise habitacional.
Durante uma visita à favela, o presidente Lula criticou a ausência do governador Tarcísio de Freitas, insinuando uma falta de comprometimento na recuperação da região. Tarcísio, por sua vez, defendeu que a ação não deve ser marcada por disputas, mas sim focada na resolução dos problemas que afetam a comunidade, enfatizando que a situação envolve uma abordagem mais ampla do que apenas questões habitacionais.
Esta narrativa evidencia não apenas a luta de uma comunidade diante do crime organizado, mas também os desafios enfrentados por aqueles que buscam uma vida melhor em meio a um cenário de opressão e medo. Qual é a sua opinião sobre essa situação? Deixe seu comentário e participe da conversa!