8 agosto, 2025
sexta-feira, 8 agosto, 2025

Nanonaves do futuro podem confirmar (ou não) o que sabemos sobre buracos negros

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Imagina um futuro em que pequenas naves, tão leves quanto um clipe de papel, possam aventurar-se até um buraco negro próximo. Essa ideia audaciosa, proposta pelo cosmólogo Cosimo Bambi da Universidade Fudan, na China, foi revelada em um estudo publicado na revista iScience. Ele apresenta planos ambiciosos para explorar um dos ambientes mais extremos do universo, testando os limites da teoria da relatividade geral de Albert Einstein.

Embora possa parecer uma narrativa saída de um romance de ficção científica, Bambi assegura que a base da proposta é sólida e fundamentada na física real. Ele recorda a época em que muitos consideravam impossível detectar ondas gravitacionais ou capturar imagens de buracos negros, conquistas que agora celebramos. “Não temos a tecnologia hoje, mas talvez em 20 ou 30 anos consigamos”, afirma confiante o cientista.

Primeira imagem de um buraco negro, o M87*, captura pela rede de radiotelescópios EHT em 2019. Crédito: EHT Collaboration

O plano audacioso prevê o lançamento dessas “nanonaves” minimamente pesadas, dotadas de sensores e uma vela de luz. Elas seriam impulsionadas por lasers poderosos instalados na Terra, acelerando as espaçonaves a quase um terço da velocidade da luz. Com isso, seria possível alcançar um buraco negro a 20 ou 25 anos-luz de distância em um intervalo de 60 a 75 anos.

Uma vez enviadas, os dados coletados levariam outras duas décadas para retornar, totalizando quase um século de missão. Apesar da longa espera, a iniciativa poderá confirmar a existência do horizonte de eventos, um limite invisível a partir do qual nada escapa, nem mesmo a luz. Essa fronteira, prevista pela relatividade, nunca foi diretamente confirmada até agora.

Concepção artística de um buraco negro e seu horizonte de eventos, a partir do qual nem mesmo a luz consegue escapar da sua gravidade. Créditos: Goddard Space Flight Center da NASA / Jeremy Schnittman

Durante a missão, uma sonda registraria a queda de outra em direção ao buraco negro. Se o horizonte de eventos estiver presente, o sinal da nave em queda irá enfraquecer e desaparecer gradualmente, como previsto por Einstein. No entanto, caso o objeto seja algo diferente, como uma teórica “bola de pelo”, esse desaparecimento será abrupto, sugerindo novas realidades físicas a serem exploradas.

Desafios rumo à exploração ainda permanecem. Bambi destaca que para a proposta se concretizar, dois fatores são cruciais: localizar um buraco negro suficientemente próximo e desenvolver sistemas de propulsão a laser, além de naves miniaturizadas que suportem a viagem. Atualmente, o buraco negro mais próximo conhecido, Gaia BH1, está a 1.500 anos-luz, mas novos modelos indicam que pode existir um ainda não detectado a 20 ou 25 anos-luz.

O custo estimado para construir o sistema de lasers gira em torno de US$1,1 trilhão, um valor que, no momento, parece irrealizável para orçamentos científicos. Mas Bambi acredita que, em algumas décadas, esse custo poderá reduzir para cerca de um bilhão de euros, um valor viável para grandes missões espaciais.

Se realmente houver um buraco negro próximo e a tecnologia avançar como previsto, o sonho de enviar nossas “naves-clipes” para explorar esses titãs cósmicos pode se tornar realidade. O que você acha dessa possibilidade? Deixe seu comentário e compartilhe suas ideias sobre essa emocionante exploração do cosmos!

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