Larissa Santos*, uma jovem que enfrentou uma sucessão de tragédias, abre seu coração em um relato de dor e resiliência. Em abril deste ano, após uma experiência traumatizante de violência sexual e complicações de saúde durante um aborto legal no Hospital Materno Infantil de Brasília, ela compartilha sua história com o Metrópoles. A situação não é apenas um conto de tragédia, mas também de luta e sobrevivência.
Sua jornada de sofrimento começou em fevereiro, quando um amigo da família a atraiu para um local abandonado sob a promessa de reencontrar uma amiga. O que era para ser uma reunião inocente transformou-se em uma emboscada. Larissa se viu não apenas como vítima de um estupro, mas também de uma brutalidade que a deixou marcada para sempre.
“Não foi a primeira vez que eu passei por isso. Quando você vive na rua, essas coisas são normalizadas”, reflete Larissa, mostrando a dura realidade de muitos que enfrentam situações similares.
Após descobrir que estava grávida, Larissa procurou conforto em sua pastora, compartilhando seu drama pessoal. Esse ato de vulnerabilidade, no entanto, a tornou alvo da ira de seu companheiro. Ao descobrir suas mensagens trocadas, ele agrediu Larissa brutalmente, forçando-a a deixar o lar em busca de proteção. Com sua filha de apenas dois anos, elas encontraram abrigo e suporte, permitindo que Larissa buscasse um aborto legal, um direito garantido a vítimas de estupro no Brasil.
No hospital, mesmo após passar pelo procedimento, Larissa enfrentou novas provações. Recebeu apenas analgésicos comuns, mesmo enquanto sua dor se intensificava. O retorno ao abrigo foi marcado pela solidão e a sensação de desamparo, enquanto a febre e o mal-estar dominavam seu corpo. Apenas a preocupação com sua filha a mantinha de pé, e seu estado crítico logo exigiu que ela retornasse ao hospital, onde exames revelaram perfurações em seus órgãos.
Foi somente após a cirurgia de emergência que Larissa soube da gravidade de sua situação. A partir daquele momento, começou a conviver com uma bolsa de colostomia, uma realidade que a distanciou de sua antiga vida e carreira como chef de cozinha. A incerteza sobre o futuro e a dor física se tornaram companheiras constantes, além da humilhação que enfrentava nas interações diárias.
Agora, Larissa navega entre a busca por recuperar sua saúde e a luta por dignidade. Sua história é um lembrete potente das realidades que muitas enfrentam, e um chamado à empatia e solidariedade. Como você pode se envolver e apoiar aquelas que passam por situações semelhantes? Compartilhe suas reflexões nos comentários.
* Nome fictício para resguardar a identidade da vítima.