15 agosto, 2025
sexta-feira, 15 agosto, 2025

“Não podemos normalizar”, diz delegado alvo de ataques preconceituosos

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Em um episódio que reflete as tensões sociais atuais, o delegado da Polícia Civil de São Paulo, Rodrigo Correa Baptista, se viu no centro de uma tempestade de ataques preconceituosos nas redes sociais. O foco dos insultos? Sua aparência. Os comentários surgiram em resposta a um vídeo em que ele discutia um inquérito policial que presidiu, relativo a um caso de xenofobia durante uma partida de futebol da Copa Libertadores.

No coração da controvérsia, está o jogador Damian Bobadilla, do São Paulo, que, em um ato de intolerância, se dirigiu ao atleta Miguel Navarro, do Talleres, com um insulto racista. Na gravação, Rodrigo aborda a gravidade do caso, mas o que deveria ser um debate sério se transformou em um ataque pessoal, onde ofensas focaram especialmente em um de seus olhos.

Esta reação desproporcional, que minimiza a seriedade da discriminação discutida, é um lembrete sombrio de como a intolerância se disfarça de humor nas redes sociais. “Legal é ver o povo que fala crucificando o Bobadilla zoar a aparência do delegado”, disse um usuário em defesa de Rodrigo.

Em entrevista ao Metrópoles, o delegado reafirmou a importância de não banalizar esses ataques. “O cibercrime é crescente. As pessoas se sentem impunes, mas a lei é clara. Todo tipo de discriminação é passível de punição, inclusive contra pessoas com deficiência, conforme a Lei Brasileira de Inclusão”, declarou Rodrigo, enfatizando que a pena pode variar de 2 a 5 anos de reclusão.

Rodrigo não apenas registrou um boletim de ocorrência, mas também está comprometido a levar essa questão adiante. “Atos discriminatórios afetam a vida das pessoas, sua saúde física e mental, suas relações de família e trabalho”, afirmou, ressaltando a necessidade de rigor na investigação e responsabilização dos envolvidos.

Rodrigo Baptista é um delegado com 18 anos de experiência, atuando há seis meses na Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva. Ele também vive com uma deficiência no olho direito, resultado de um tumor diagnosticado na infância, citando que essa condição o faz ter uma visão monocular e, esteticamente, apresentar estrabismo.

Este caso não é apenas sobre preconceito; é um chamado para a conscientização sobre as palavras que usamos e as mensagens que disseminamos na era digital. Que possamos refletir sobre o impacto dessas atitudes e buscar um diálogo construtivo.

E você, o que pensa sobre isso? Compartilhe suas ideias nos comentários!

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