1 setembro, 2025
segunda-feira, 1 setembro, 2025

Nenhum dos PMs da Rota que matou mecânico negro usava bodycam

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Na noite do dia 24, a tragédia se desenrolou em um canto escuro e isolado do extremo sul de São Paulo, onde a vida do mecânico Alex dos Santos Silva, de apenas 29 anos, foi brutalmente ceifada. Cotidianamente, a Polícia Militar (PM) das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) está nas ruas, porém, nenhum dos agentes estava equipado com bodycams, dispositivos que poderiam ter revelado a verdadeira história daquela noite fatídica.

Com a ausência de gravações, a única narrativa que existe é a apresentada pelo boletim de ocorrência oficial. A versão contém relatos de um policial que, embora não tenha participado diretamente da ação, estava no mesmo batalhão dos três agentes envolvidos: Mário de Cicco Filho, Luis Fernando Santos Correia e Ezequiel Scaffman Mota. Curiosamente, esse relato não inclui imagens que poderiam ter esclarecido a situação.

A descrição apresentada pelo BO sobre a abordagem instiga a dúvida. Os policiais afirmam que Alex dirigia seu carro de maneira suspeita e que, ao ser ordenado a parar, teria apontado um revólver em direção a eles. Em resposta, os PMs dispararam, mas não há registros de que Alex tenha atirado. O boletim revela que ele foi atingido no tórax e no braço esquerdo, enquanto as balas vieram de fuzis e pistolas de três policiais.

Enquanto os policiais alegam que Alex estava armado e portava drogas, sua esposa, Eliana, contesta essa narrativa fervorosamente. Segundo ela, Alex não tinha arma e a alegação de que ele estaria em posse de drogas é completamente desprovida de fundamento. “Eles sempre falam isso, que ele estava armando uma troca de tiros. É tão absurdo que só há espaço para quem quer acreditar”, afirma.

Eliana expressa sua dor e indignação ao considerar que a acusação visa encobrir a responsabilidade dos policiais, atacando a honra de seu falecido marido. “A cada dia que passa, me pergunto até quando os inocentes continuarão a ser tratados como culpados em suas versões distorcidas”, desabafa. Ela promete lutar até o fim para provar a inocência de Alex.

Mesmo com a dor palpável e as exigências da justiça, o caso ainda se arrasta entre as instituições. A investigação, que inicialmente começou no 101º Distrito Policial, agora segue sob o olhar atento do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Contudo, a resolução do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o uso de bodycams destaca que, embora a tecnologia poderia ter esclarecido as circunstâncias do incidente, os policiais não eram obrigados a utilizá-las naquele momento.

A história de Alex não é apenas um caso de violência, mas um lembrete da perda e da luta por justiça que suas famílias enfrentam. Eliana e a mãe de Alex, que se vê devastada pela perda, tentam encontrar consolo em meio ao luto. O pequeno filho do casal, de apenas quatro anos, também sofre com a ausência do pai, um reflexo de um amor que era inabalável.

“Eles eram um para o outro, um amor genuíno e profundo. Agora, ele chora por seu pai, enquanto sua ausência ecoa em cada canto da casa”, reflete Eliana.

Com um chamado à ação para todos que se preocupam com a verdade e a justiça, convidamos você a se pronunciar. Que outras vidas não sejam esquecidas e que a luta por justiça nunca seja silenciada. Compartilhe sua opinião e ajude a espalhar a voz daqueles que não podem mais falar.

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