Em um cenário marcado por tensões e controvérsias, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, subiu ao palco da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, durante um discurso que resultou em um boicote significativo por parte de diversas delegações. Ele declarou, de forma contundente, que a aceitação da criação do Estado palestino seria um “suicídio nacional” para Israel, enfatizando que sua prioridade é “terminar o trabalho” em Gaza “o mais rápido possível”. Uma declaração ousada em meio à crescente pressão interna e externa.
No coração de seu discurso, Netanyahu se dirigiu aos reféns do Hamas, utilizando alto-falantes para transmitir sua mensagem diretamente a Gaza. “Não descansaremos até trazê-los para casa”, prometeu, ao mesmo tempo que acusava a comunidade internacional de disseminar “mentiras antissemitas”. O cenário na ONU contrastava com a gravidade de suas palavras; o auditório estava praticamente vazio antes de seu discurso, refletindo o crescente isolamento de Israel no espectro diplomático.
O primeiro-ministro utilizou dados e imagens para ilustrar o que chamou de desmantelamento do “eixo do mal” liderado pelo Irã, ressaltando ações militares que, segundo ele, neutralizaram ameaças significativas na região. “Destruímos a maior parte da máquina terrorista do Hamas”, afirmou, enquanto se preparava para intensificar a ofensiva em Gaza.
A realidade política se complicou ainda mais com o reconhecimento de um Estado palestino por vários países, sendo que 151 dos 193 membros da ONU já tomaram esse caminho simbólico. Durante esse mesmo evento, o veterano líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, defendia em vídeo que o Hamas não terá futuro em um possível Estado palestino, exigindo a entrega de armas para a Autoridade Nacional Palestina.
A resposta do Hamas não tardou a vir, destacando que o boicote ao discurso de Netanyahu evidenciava o “isolamento” de Israel no contexto da guerra em Gaza. “O boicote é uma manifestação das consequências da guerra de extermínio”, afirmou um dirigente do movimento. Em contrapartida, Netanyahu criticou países europeus por aceitarem “a propaganda do Hamas” quando pressionados a negociar um cessar-fogo.
No contexto das negociações de paz, Donald Trump, que também esteve em Nova York, sugeriu que havia um “acordo” emergente que poderia facilitar a recuperação dos reféns e encerrar a guerra. Trump destacou um plano de 21 pontos envolvendo um cessar-fogo permanente e a formação de um governo em Gaza sem o Hamas, um movimento que poderia mudar o equilíbrio de poder na região.
Enquanto isso, do lado de fora da ONU, Netanyahu enfrentava manifestações contra suas políticas, sendo ele alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra. Essa cena emblemática sublinha a complexidade e a gravidade da situação que Israel enfrenta atualmente.
A discussão em torno dos eventos na ONU e a posição de Netanyahu em relação à Palestina repercutem entre os cidadãos. Como você enxerga essa situação? O que acha que deve ser feito para avançar em direção a um entendimento pacífico? Compartilhe suas opiniões nos comentários.