
Na última década, os golpes digitais se tornaram cada vez mais sofisticados, infiltrando-se em nossas vidas de maneira alarmante. Um simples clique em um link pode desencadear consequências irreparáveis, não só financeiras, mas também emocionais para as vítimas e suas famílias. Segundo dados da Febraban, os prejuízos causados por fraudes bancárias atingiram a marca de R$ 10,1 bilhões em 2024, um aumento de 17% em comparação ao ano anterior. Surpreendentemente, mais de 36% dos brasileiros relataram ter sido vítimas de fraudes financeiras nesse mesmo período.
Ao contrário da crença popular, não são apenas os mais velhos que caem nas armadilhas financeiras. Uma pesquisa realizada pelo DataSenado revelou que os jovens de 16 a 29 anos representam 27% das vítimas, enquanto apenas 16% pertencem à faixa etária acima de 60 anos. Abusos como notificações de inadimplência para consumidores que estão em dia com seus financiamentos se tornaram cada vez mais comuns.
Casos de assédio por parte de empresas são frequentes. P.A., uma publicitária paulista, compartilha sua experiência: “Mesmo em dia com o financiamento do meu carro, recebi uma notificação extrajudicial que parecia padrão, como se tivesse sido enviada a várias pessoas”. Infelizmente, sua confiança na nova empresa credora foi abalada por um atendimento precário e a constante discrepância nos valores de quitação. “Chegaram a me informar um valor R$ 4.000 mais alto do que o estipulado anteriormente. Por isso, preferi manter meu financiamento”, desabafa.
Para evitar cair no ‘conto do vigário’, o jurista Alexandre Casciano oferece dicas valiosas. Ele destaca que a informação é uma ferramenta poderosa. Consultar o CNPJ de uma empresa na Receita Federal e verificar seu histórico em Tribunais de Justiça pode oferecer uma visão clara da reputação da empresa. Além disso, plataformas como o Reclame Aqui são ótimas para avaliar a credibilidade de serviços.
Se você receber um boleto suspeito, não hesite em entrar em contato com o banco apresentado no documento. O Banco Central instituiu, desde 2018, o Sistema de Boletos Registrados, que permite confirmar a autenticidade de boletos diretamente pelo sistema bancário. Qualquer boleto que pareça duvidoso deve ter sua origem comprovada pela empresa emissora.
Quanto à quitação de financiamentos, a lei exige que as instituições credoras emitam um informe de quitação assim que a dívida for paga. Se você não receber esse documento, deve solicitá-lo. Para veículos, a baixa do Gravame no Detran é essencial. Caso contrário, o consumidor pode buscar a Justiça, inclusive pedindo indenização.
Você sabia que notificações indevidas podem ser consideradas assédio? O Código de Defesa do Consumidor proíbe cobranças vexatórias, e o STJ já decidiu que práticas desse tipo podem gerar danos morais. Portanto, as empresas podem ser responsabilizadas por enviar cobranças a quem está em dia com suas obrigações.
Se enfrentar um golpe ou cobrança abusiva, é essencial registrar um Boletim de Ocorrência, entrar em contato com o banco imediatamente, reunir provas como e-mails e mensagens, e buscar apoio jurídico especializado. Sua segurança financeira depende de ações rápidas e informadas.
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