14 agosto, 2025
quinta-feira, 14 agosto, 2025

No Senado, Steven Levitsky elogia STF na defesa da democracia brasileira

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STF e Steven Levitsky em evento no Senado.

Durante um evento recente no Senado, o renomado professor de ciência política da Universidade de Harvard, Steven Levitsky, fez uma análise impactante sobre a defesa da democracia no Brasil. Em seu discurso, Levitsky elogiou a reação do Supremo Tribunal Federal (STF) aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que as instituições brasileiras têm se comportado de maneira mais eficaz do que as dos Estados Unidos em relação a Donald Trump.

Levitsky, coautor do influente livro “Como as democracias morrem”, argumentou que, ao contrário da falta de resposta na sociedade americana à tentativa de golpe de estado por Trump, o Brasil reagiu vigorosamente contra as ameaças de Bolsonaro. “A Suprema Corte brasileira fez exatamente o que deveria: defendeu a democracia com firmeza. A resposta do Brasil à ameaça autoritária foi mais eficaz”, destacou ele.

O professor ressaltou que a conscientização da população brasileira sobre os riscos de um regime autoritário é uma diferença crucial em relação aos Estados Unidos. Ele observou que os americanos parecem desprovidos de memória coletiva sobre regimes autoritários, o que os impede de reagir adequadamente às ações de Trump. Levitsky afirmou que no Brasil, a justiça já está investigando e processando Bolsonaro, demonstrando uma clara disposição em defender a democracia.

Embora Levitsky reconheça a resiliência das democracias na América Latina, ele alertou sobre o crescente descontentamento popular em relação a quesitos como violência, crise econômica e corrupção. A insatisfação popular, segundo ele, foi exacerbada pelas redes sociais, que têm erodido a confiança nas instituições.

Em um contexto global, o professor notou que as dificuldades enfrentadas pelas democracias estão se intensificando. A ascensão de líderes populistas alimenta um ciclo de desconfiança nas instituições, tornando a autocracia mais palatável. “Os eleitores, frustrados, buscam figuras que prometem destruir as instituições. Isso forma um paradoxo: o enfraquecimento do establishment pode abranger um espaço democrático, mas também representa uma ameaça à própria democracia”, alertou.

Levitsky defendeu que a mobilização popular é fundamental para a defesa da democracia. Citou exemplos de países como Bélgica e Israel, onde a sociedade civil se uniu para se opor a tendências autoritárias. “Quando as instituições falham, é a mobilização do povo que pode garantir a democracia”, disse, enfatizando que a sociedade deve saber onde traçar limites para proteger a democracia.

Em um diálogo com os senadores, Levitsky também abordou o papel das redes sociais na promoção de desinformação, opinando que a regulação dessas plataformas é urgente, especialmente quando comparada à eficácia de outras democracias. “Em nenhum lugar existe liberdade total. É preciso saber equilibrar garantir a expressão livre com a proteção da democracia”, finalizou.

O debate trouxe à tona questões cruciais sobre o futuro das democracias, não apenas no Brasil, mas globalmente. O que você pensa sobre a resistência das democracias atuais? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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