A recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (4), revela uma tendência preocupante para o governo Lula. Durante o WW desta quarta-feira (4), Andrei Roman, CEO da AtlasIntel, os dados indicam uma “erosão estrutural” na aprovação do governo, com nenhum setor da gestão petista sendo avaliado positivamente.
Roman destaca que o problema vai além dos resultados pontuais desta pesquisa, apontando para uma tendência de queda na aprovação que se mantém há cerca de um ano e meio. “O governo, mesmo não enfrentando noticiário tão negativo ao longo de meses, não conseguia recuperar suas métricas de aprovação”, explica o especialista.
Leia Mais
-
Waack: Maior problema para eleição de Lula é o próprio Lula
-
Análise: Reeleição de Lula em 2026 vira dúvida
-
Lula é orientado mudar discursos sobre gastos públicos
Mudanças na base de apoio
Um dos pontos cruciais identificados na análise é a mudança no perfil da base de apoio do governo. Roman observa que o discurso atual é muito semelhante ao dos governos Lula 1, Lula 2 e Dilma 1, desconsiderando as transformações ocorridas na sociedade brasileira nas últimas duas décadas.
Particularmente notável é a mudança de posicionamento da classe C, anteriormente um dos principais pilares do lulismo. “Na classe C, de fato, é o segmento socioeconômico onde o Bolsonaro conseguiu, até agora, a sua maior envergadura em termos de perfil de renda”, afirma Roman.
Desafios setoriais e regionais
A pesquisa também revela desafios específicos em diferentes setores e regiões. No Nordeste, tradicionalmente uma região de forte apoio ao PT, a violência emerge como um tema crucial para a população. Além disso, o governo não apresenta “campeões de popularidade” em nenhum setor específico.
Áreas que inicialmente eram bem avaliadas, como relações internacionais, meio ambiente e políticas sociais, já não mantêm o mesmo nível de aprovação. Esta queda generalizada na avaliação dos diferentes setores do governo contribui para o cenário de erosão estrutural identificado por Roman.