Ex-Netflix vence eleição para presidência de fundação da TV Cultura

Divulgação/FPA

São Paulo — A reunião do conselho curador que administra a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura, elegeu nesta quarta-feira (14/5) a jornalista Maria Ângela de Jesus como presidente da fundação. Ela é executiva da produtora de audiovisual Conspiração Filmes, e tem passagens pela Netflix, HBO e Paramount.

Maria Ângela é a sucessora de José Roberto Maluf, presidente da fundação desde maio de 2019. À época, o nome foi chancelado pelo então governador João Doria. Maluf foi executivo da Band e do SBT e vinha em rota de colisão com a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O atual governo cortou parte dos recursos da fundação, medida que foi criticada por Maluf em uma reunião do conselho em que anunciou que não iria concorrer à reeleição. Segundo integrantes do grupo, na ocasião, houve bate-boca entre a então presidente da fundação e a secretária estadual de Cultura, Marília Marton.

A eleição também escolheu a socióloga e herdeira do banco Itaú, Neca Setúbal, como presidente do conselho curador. Ela é considerada uma aliada da nova diretora.

Como foi a escolha

• Após Maluf anunciar que não pretendia seguir na diretoria, a Fundação Padre Anchieta contratou uma empresa de headhunter que escolheu três possíveis sucessores.
• Além de Maria Ângela, a empresa indicou Marcos Amazonas, ex-CEO da empresa de marketing Conecta, que também passou pela diretoria de programação da Fundação Padre Anchieta, e Luiz Barreto, CEO da SS.Midia Multicomunicação, que também teve passagens pela Fundação Padre Anchieta.
• Nesta quarta-feira, foram apresentadas chapas únicas para a presidência da fundação e do conselho. Os conselheiros podiam votar a favor ou em branco.
• Maria Ângela foi eleita com 39 votos favoráveis e dois em branco. Neca recebeu 37 votos favoráveis e quatro em branco.
• Segundo apurou o Metrópoles, Maria Ângela não é alinhada ideologicamente ao governador Tarcísio de Freitas, mas teria feito acenos administrativos que teriam agradado os conselheiros aliados do governo.