18 julho, 2025
sexta-feira, 18 julho, 2025

Marinha usou emenda de Flávio Bolsonaro para pagar alvo da PF

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Cerca de R$ 319 mil em emendas parlamentares do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foram utilizados pela Marinha do Brasil para pagar a empresa Transuniversal Pinturas e Anticorrosão.

Como mostrou a coluna, o dono da Transuniversal virou alvo da Polícia Federal (PF) após ser flagrado quando sacava R$ 345 mil em uma agência do Banco do Brasil localizada dentro da Base Naval, em Niterói (RJ).

A abordagem ao empresário André Martinez se deu depois de uma denúncia recebida pela PF sobre uso dos valores para um suposto pagamento de propina a integrantes do Comando da Marinha.

Segundo dados do Portal da Transparência, os R$ 319 mil em emendas foram destinados pelo senador entre 2020 e 2023 para o Ministério da Defesa e usados pela Marinha em áreas como a Base Naval do Rio de Janeiro, a Diretoria de Patrimônio Histórico e Documentação e ao Arsenal da Força.

Dos R$ 120 milhões recebidos pela Transuniversal desde 2011, segundo o portal Transparência, cerca de R$ 5,4 milhões têm origem em emendas. A maior parte de emendas de relator, o chamado orçamento secreto, e da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.

No entanto, houve também o recebimento de emendas individuais, quando há a identificação do padrinho. É o caso de Flávio Bolsonaro que aparece atrelado a 18 pagamentos cujo beneficiário final, segundo o portal Transparência, foi a Transuniversal.

Base Naval da Marinha, em Niterói (RJ), onde PF flagrou saque de R$ 345 mil - Coluna Fabio SerapiãoBase Naval da Marinha, no Rio de Janeiro, onde a PF flagrou saque de R$ 345 mil

DENÚNCIA

Segundo a denúncia anônima recebida pela PF, o dinheiro sacado por Martinez seria utilizado para pagamento de propina para “algum membro do Comando da Marinha, a fim de que este praticasse ato de ofício”.

O flagrante foi realizado pela corporação ao averiguar a denúncia. O empresário foi, então, levado à superintendência da PF para prestar depoimento e teve o celular apreendido.

Após ouvi-lo, a PF enviou o caso para o Ministério Público Militar, por se tratar de suspeita envolvendo o pagamento de propina a militares.

“Destaca-se, nesse ponto, que, apesar dos elementos probatórios amealhados nesta fase inicial da investigação apontarem que o valor sacado por André Luiz Bione Martinez seria utilizado para pagamento de vantagens indevidas observa-se que inexistem informações acerca dos destinatários, assim como qual ato de ofício foi praticado.”, diz a PF ao enviar o caso do MP Militar.

Fachada da Base Naval, na ilha do Mocanguê, em Niterói (RJ)

DEFESA

Em nota enviada à coluna, a Marinha diz que não se manifesta sobre investigações em curso e que “reitera seu compromisso com a sociedade brasileira e reafirma que pauta sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência”.

Questionado pela coluna, Flávio disse, por meio de nota, que “sempre direciona recursos de emendas parlamentares para as nossas forças” e que não conhece a empresa citada, nem seus donos.

Segundo o parlamentar,

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