Morreu na noite de sábado (5 de abril), no Hospital Estadual Costa das Baleias (HECB), em Teixeira de Freitas, o indígena João Celestino Lima Filho, de 50 anos, vítima de um disparo de arma de fogo durante um conflito agrário no município de Prado, no extremo sul da Bahia.
O indígena estava internado desde a madrugada da sexta-feira (4 de abril), quando foi baleado no abdômen durante uma ação que envolveu um grupo de indígenas e os proprietários da Fazenda Jarapa Grande. O confronto ocorreu por volta das 2h30 da madrugada, segundo informações apuradas pelas autoridades.
Devido à gravidade dos ferimentos, João Celestino foi transferido para o HECB, onde não resistiu. A remoção do corpo foi autorizada pelo delegado plantonista para o Instituto Médico Legal (IML), onde passará por exames antes de ser liberado para o sepultamento.
A situação expõe mais uma vez a tensão crescente entre comunidades indígenas e produtores rurais da região, marcada por disputas territoriais e ausência de mediação eficaz por parte do poder público. O caso foi assumido pelo delegado Willian Pereira, da Força Tarefa, que esteve no local acompanhado por peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT). Um Inquérito Policial foi instaurado para apurar com profundidade as circunstâncias do crime.
A morte de João Celestino reacende o debate sobre a violência no campo, a luta por território indígena e o papel do Estado diante de conflitos que colocam vidas em risco. As autoridades seguem investigando e ouvindo os envolvidos para esclarecer os fatos.