A crueldade que assombra o município de Eunápolis ganhou contornos ainda mais brutais nesta terça-feira (02 de setembro). A cabeça de uma jovem, identificada como Eduarda Rodrigues dos Santos (22 anos), foi encontrada decapitada e abandonada em plena Rua São Lourenço, no bairro Santa Lúcia, numa demonstração clara de intimidação promovida por facções criminosas que disputam o tráfico de drogas na região.
Testemunhas relataram que Eduarda havia sido sequestrada junto a outras duas mulheres, ainda desaparecidas, por integrantes do Comando Vermelho (CV). O trio foi acusado de manter vínculos com o Bonde do Maluco (BDM), facção rival. Ao lado da cabeça da vítima, um bilhete deixado pelos criminosos reforçava a acusação e alertava sobre alianças com grupos inimigos.
As outras duas mulheres sequestradas seriam companheiras de homens mortos em uma troca de tiros ocorrida horas antes, também em Santa Lúcia. Investigadores não descartam a hipótese de que elas tenham sido julgadas em um “tribunal do crime”, onde a sentença costuma ser a morte.
O episódio representa mais do que uma execução: é uma estratégia de terror para enfraquecer adversários e, ao mesmo tempo, silenciar a comunidade pelo medo. A escalada de violência já provoca pânico entre os moradores, que vivem acuados em meio à guerra entre facções.
A Polícia Civil intensifica as buscas pelas mulheres desaparecidas e reforça operações na tentativa de conter o avanço da criminalidade. Entretanto, a brutalidade do crime expõe a força das facções e a fragilidade do Estado diante da crescente onda de violência que domina Eunápolis.