Um feminicídio registrado na noite de sexta-feira (27 de junho) abalou profundamente os moradores do bairro Vila Vargas, em Teixeira de Freitas, revelando mais uma vez a urgência do combate à violência doméstica e à impunidade contra mulheres no país.
A vítima, Jaqueline Silva Marinho (41 anos), pertencente à etnia indígena Pataxó, foi encontrada já sem vida no interior da própria residência, localizada na Rua Abílio Alves Fernandes. Seu corpo estava coberto por perfurações de arma branca, especialmente no pescoço e tórax, sinais claros de um crime cometido com crueldade.
O principal suspeito do crime é o companheiro da vítima, Alfredo Santos Pereira, de 31 anos, que fugiu logo após o assassinato. Moradores da região, ao ouvirem uma discussão intensa do casal, mobilizaram a 87ª CIPM, que, ao chegar ao local, deparou-se com uma cena aterradora: Jaqueline estava caída no chão, envolta pelo próprio sangue.
O SAMU 192 foi notificado imediatamente, mas os socorristas constataram a ausência de sinais vitais.
O crime, que carrega traços de intolerância, machismo e brutalidade, ganha contornos ainda mais graves pelo fato de a vítima ser de origem indígena, uma mulher pertencente a um grupo historicamente vulnerável e marginalizado.
A resposta policial foi ágil. Ciente da possível rota de fuga, uma equipe da Operação Concórdia, também da 87ª CIPM, interceptou o suspeito num ponto de ônibus intermunicipal próximo ao Posto Vento Sul, na BR-101. Alfredo confessou o crime e revelou a localização da arma usada: um punhal, escondido sob o colchão do apartamento onde o casal residia.
O caso foi encaminhado ao delegado Dr. Marcos Roriz, do Núcleo de Combate aos Crimes de Homicídio, que, junto à equipe da Polícia Técnica, realizou os procedimentos de perícia e levantamento cadavérico no local.
A morte de Jaqueline é mais do que uma tragédia pessoal, é reflexo de uma sociedade que ainda permite que mulheres sejam assassinadas por quem deveria protegê-las. Até quando vamos normalizar o feminicídio? Até quando o silêncio vai valer mais que a vida?