O que era para ser um dia de esperança virou um pesadelo de quatro horas para um jovem de 18 anos, que viajou até Eunápolis em busca de uma oportunidade de trabalho e acabou vítima de um erro brutal do crime organizado.
Ele e um amigo, de 27 anos, partiram de Belmonte para uma entrevista de emprego numa empresa de reflorestamento. Mal sabiam que, antes mesmo de conseguirem o tão esperado trabalho, seriam alvo da violência descontrolada que assola a cidade.
Após chegarem de carona num caminhão, os dois aguardavam um mototáxi na BR-101, próximo ao bairro Juca Rosa, quando foram abordados por criminosos armados. A ordem era clara: revistar os celulares e checar a identidade dos rapazes. O homem mais velho conseguiu fugir e avisar a polícia, mas o jovem foi levado como refém.
A tensão no cativeiro durou quatro horas, período em que os sequestradores aguardavam instruções de seus líderes sobre o destino da vítima. O jovem teve a sorte que muitos não têm: foi encontrado ainda com vida durante uma operação conjunta das polícias Civil e Militar, que resgataram o rapaz e prenderam três dos sequestradores.
Os criminosos detidos foram identificados como Fábio Guimarães dos Santos (31 anos), Jaílza Santos de Jesus (35 anos) e Fábio Santos Oliveira (38 anos). Dois deles já possuíam mandados de prisão por tráfico de drogas e homicídio. Outros membros da facção criminosa conseguiram fugir.
O episódio evidencia um cenário alarmante em Eunápolis, onde facções rivais travam uma guerra de vingança desde o assassinato de um homem ligado ao crime organizado, no bairro Centauro, em 21 de fevereiro. De lá para cá, a cidade vem registrando uma onda de homicídios, em um ciclo de sangue e terror que coloca moradores inocentes na linha de fogo.
Desta vez, a intervenção rápida da polícia evitou um desfecho trágico, mas o caso escancara uma dura realidade: em Eunápolis, até quem busca um emprego pode acabar refém do crime.