O diálogo travado com indígenas momentos antes da execução de pai e filho, Alberto Carlos dos Santos (60 anos) e Amauri Sena dos Santos (37 anos), na Associação Comunitária Córrego da Barriguda, em Itamaraju, revela um cenário de agonia e desespero que choca pela brutalidade.
O áudio, agora em posse das autoridades, é aterrorizador. Nele, é possível ouvir o clamor de duas vidas prestes a serem ceifadas, em meio a um conflito que se arrasta há anos e que o poder público insiste em ignorar ou silenciar.
Enquanto o Estado se mantém inerte, comunidades rurais e indígenas vivem uma realidade marcada por tensão, insegurança e medo. A tragédia na Barriguda não é um fato isolado, é o retrato cruel de um problema político e social que cresce no interior da Bahia, sob o olhar omisso das autoridades estaduais e federais.
O caso provoca comoção e revolta em Itamaraju e levanta uma discussão urgente: até quando vidas serão perdidas pela falta de diálogo, proteção e presença efetiva do Estado?
O áudio, mais que uma prova, é um grito humano sufocado pela violência, uma denúncia que ecoa entre as famílias do campo e os povos originários, que pedem, antes de tudo, respeito, justiça e paz.