A disputa por uma área em Prado ganhou contornos ainda mais explosivos após a recente decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) que suspendeu a ordem de reintegração de posse da área da Basevi. O julgamento, que reconheceu falhas processuais e o risco de um despejo coletivo traumático, não apenas adiou um conflito social, mas também desencadeou novas tensões na região.
Enquanto milhares de famílias comemoram o respiro diante da iminente remoção, um novo grupo decidiu ocupar outra área, próxima ao mar, levantando suspeitas de manobras políticas e jurídicas para alterar o rumo da decisão. A situação se agravou com a denúncia de queimadas em locais de proteção ambiental, registradas por moradores do bairro Lagoa Grande, que temem o avanço das chamas e os danos irreversíveis ao ecossistema.
Os representantes do movimento afirmam que a ação pode ser uma estratégia para comprometer a legitimidade da ocupação original, enfraquecendo sua luta na Justiça. Do outro lado, a empresa Bahia Costa Sul Empreendimentos Urbanísticos Ltda – ME, autora da ação, é pressionada a comprovar a posse efetiva e enfrentar o histórico de irregularidades envolvendo a área da Basevi.
O desembargador Nivaldo dos Santos Aquino foi categórico ao ressaltar que a liminar de despejo, se cumprida de imediato, poderia gerar dano social irreparável, colocando milhares de pessoas na rua sem alternativa habitacional. Para ele, a gravidade do conflito exige dilação probatória, cautela judicial e diálogo institucional.
Assim, o que já era uma disputa por terras se transformou em um conflito político, social e ambiental, em que cada movimento pode decidir o futuro de centenas de famílias e redefinir a história fundiária de Prado.