A atuação de um advogado durante uma audiência judicial gerou indignação nacional e reacendeu um necessário debate sobre os limites da ética profissional no exercício da advocacia. O caso, que veio à tona por meio de um vídeo amplamente compartilhado, mostra uma série de condutas condenáveis, que podem resultar em sanções disciplinares pela OAB.
A resposta do advogado Arnaldo Ribeiro foi imediata e agressiva. Sem qualquer respeito à vontade da cliente, ele partiu para ataques pessoais violentos contra a mulher e seu ex-marido, que trabalha na Caixa Econômica Federal. O advogado o classificou como um “agressor de mulher” e afirmou que o denunciaria à Corregedoria da instituição.
A situação escalou quando o profissional passou a cobrar honorários de forma ameaçadora, dizendo: “Vou juntar meus honorários, dois salários, ela vai pagar.” Em seguida, acusou a própria cliente de ser “desonesta”, alegando que ela se escondia “atrás da Bíblia”, numa tentativa clara de deslegitimar sua posição.
Em um momento ainda mais delicado, o advogado tentou expor detalhes íntimos do passado da mulher, chegando a mencionar: “Enquanto o seu marido batia em você, eu levava sua filha no…”, mas teve seu microfone cortado pela conciliadora, que interveio para conter o desrespeito e evitar maiores danos emocionais.
A cliente, visivelmente abalada, foi categórica ao declarar:
“Estou devendo a ele, estou. Eu vou pagar, mas eu não quero mais continuar, desistência total. Eu não quero mais prosseguir com isso. É a minha vontade. Agora ninguém vai passar acima da minha vontade, não.”
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) proíbe, expressamente, que advogados atuem sem o consentimento do cliente, especialmente quando envolvem ameaças, humilhações ou desrespeito à vontade expressa da parte representada. A conduta de Arnaldo Ribeiro fere frontalmente os princípios da urbanidade, lealdade e boa-fé, podendo levá-lo à responsabilização ética e disciplinar.
O vídeo da audiência continua circulando nas redes sociais, servindo como um alerta urgente para a importância de se manter a dignidade e o respeito no exercício da profissão. Casos como este precisam ser tratados com seriedade, para que não se banalize o uso do poder jurídico como instrumento de opressão.