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Uma forte chuva registrada na manhã desta quinta-feira (08 de maio) escancarou a fragilidade de obras recém-executadas em bairros de Itamaraju, no extremo sul da Bahia. A população, revoltada, denuncia que ruas pavimentadas recentemente se transformaram em verdadeiras piscinas de águas fluviais, devido à total ausência de um sistema de drenagem eficiente.
Moradores relatam que a enxurrada invadiu casas, dificultou a mobilidade de veículos e expôs o que chamam de “obra eleitoreira” mal planejada e sem responsabilidade técnica. “Calçaram para tirar foto, mas esqueceram de fazer o básico: garantir escoamento da água da chuva”, reclamou um comerciante do bairro Bela Vista.
A situação agravou ainda mais a desconfiança sobre os critérios utilizados na escolha das empresas e na execução das obras públicas. Em diversos trechos, a pavimentação mal resistiu às primeiras chuvas fortes e afundaram, levantando suspeitas sobre a qualidade dos materiais utilizados e a fiscalização por parte da prefeitura.
Enquanto a população lida com os prejuízos, a gestão municipal silencia diante das críticas. Para lideranças comunitárias, a falta de planejamento urbano é resultado de uma administração desconectada da realidade das periferias, que prioriza aparência em vez de infraestrutura duradoura.
O episódio desta quinta-feira não é isolado. Pelo contrário, torna-se mais um capítulo do abandono estrutural de Itamaraju, uma cidade que clama por gestão técnica, transparente e comprometida com o bem comum, e não com a velha prática do “fazer por fazer”.