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Durante esta sexta-feira (12 de setembro), a cidade de Prado foi local de uma reunião marcada pela tensão e pela esperança. Um grupo de moradores, formado em sua maioria por famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único e beneficiárias de programas sociais, se organizou para discutir a ocupação de terras que alegam serem devolutas.
O movimento, que já reúne cerca de 1500 famílias, expôs um conflito que vai além da disputa jurídica: trata-se de uma luta por dignidade, moradia e sobrevivência. Enquanto uma imobiliária reivindica a posse da área, os moradores denunciam que parte do terreno é usado para o descarte irregular de detritos e restos de animais, o que reforça a narrativa de abandono e falta de destinação social.
Entre os presentes estavam idosos e crianças, que relataram viver sob a pressão do pagamento de aluguel com recursos escassos, muitas vezes oriundos de auxílios governamentais. Algumas famílias, numerosas, sofrem com a instabilidade da renda; outras, com a dura realidade de ver idosos em trabalhos precários apenas para garantir o mínimo: um teto.
O caso em Prado não se resume a uma disputa de propriedade, mas revela a face de um Brasil em que a moradia digna segue sendo um privilégio, e não um direito efetivado. A ocupação traz à tona um debate urgente: quem tem direito à terra quando a desigualdade é a lei mais forte?