2 agosto, 2025
sábado, 2 agosto, 2025

Nova política do CNU 2025 garante equidade, diz secretária do MGI

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Nova política do CNU

A nova política do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) 2025, promovida pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI), visa garantir equidade de gênero no acesso ao serviço público. A secretária-executiva Cristina Kiomi explicou que será assegurado um mínimo de 50% das vagas do segundo turno do concurso para mulheres, criando oportunidades para que mais delas ingressem na esfera pública. O objetivo é que, na fase discursiva, o número de participantes homens e mulheres seja equiparado.

“Todos farão a prova objetiva e serão avaliados conforme suas notas. Se, em um cenário, a fase discursiva contemplasse um número desproporcional de homens, traremos mais mulheres para essa etapa”, destacou Cristina ao Metrópoles. Essa iniciativa gerou confusão entre os candidatos, que inicialmente pensaram se tratar de uma cota exclusiva. No entanto, a secretária esclareceu que se trata de uma reserva temporária, enquanto as cotas por lei direcionam vagas específicas para grupos como negros, indígenas e pessoas com deficiência.

Os dados da primeira edição do CNU mostraram que, apesar da maioria feminina nas inscrições, a presença delas diminui nas etapas subsequentes. Cristina abordou que essa queda se deve à dupla e até tripla jornada que muitas mulheres enfrentam, além das responsabilidades familiares que comprometem o tempo de estudo. “É um desafio preparar-se para concursos, e isso se torna ainda mais difícil para quem já carrega múltiplas responsabilidades”, enfatizou.

O modelo foi inspirado em ações do Ministério das Relações Exteriores (MRE), que percebeu a necessidade de aumentar a participação feminina em suas fileiras. Historicamente, mais homens eram aprovados, mas ações afirmativas conseguiram melhorar a paridade. “Embora ainda haja predominância masculina, o percentual de mulheres em boas colocações tem crescido”, afirmou.

A secretária acredita que essas ações são experimentos importantes que podem transformar o panorama do serviço público. Atualmente, as mulheres predominam em áreas menos remuneradas, como saúde e educação, enquanto os homens são mais frequentes em carreiras que oferecem salários mais altos. “As mulheres ocupam frequentemente funções que não atraem homens, e essa realidade não precisa persistir”, ela argumentou.

O MGI tem promovido programas que envolvem homens em lideranças, mostrando a importância da reflexão sobre essas desigualdades. “Os homens devem também se engajar nessa mudança, entendendo que a equidade é uma responsabilidade compartilhada”, ressaltou.

Questionada sobre o futuro da reserva de vagas, Cristina indicou que os resultados da segunda edição do CNU servirão de base para considerações futuras. Ela lembrou que iniciativas inicialmente controversas, como cotas raciais, hoje são vistas como essenciais para promover a equidade.

A secretária ainda comentou sobre a possível continuidade do CNU a cada dois anos, ressaltando a importância de acumular um número significativo de vagas. Para 2027, as expectativas de realização de um novo concurso já estão sendo discutidas.

Com 60% dos inscritos na 2ª edição do CNU sendo mulheres — 456.300 candidatas contra 305.180 homens — é evidente a presença feminina, que desafia a noção de incapacidade nas áreas técnicas. As barreiras sociais e a falta de referências femininas impactam decisões antes mesmo da escolha de uma carreira. “É necessário promover políticas que incentivem a diversidade e a inclusão na formação de jovens, especialmente em campos estratégicos”, concluiu.

Esta é uma oportunidade imperdível para discutir e promover mudanças na estrutura do nosso serviço público. O que você pensa sobre a nova política de equidade de gênero no CNU? Compartilhe suas ideias nos comentários!

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