16 agosto, 2025
sábado, 16 agosto, 2025

Novo estudo revoluciona a genética com transplante de comportamento

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mosca fruta
Cientistas transplantaram comportamento entre espécies de moscas. (Imagem mayNakorn / shutterstock)

Em uma revolução científica, pesquisadores da Universidade de Nagoya, no Japão, conseguiram criar um impacto que ecoa além das fronteiras da genética. Eles realizaram a intrigante transferência de um comportamento complexo de namoro entre duas espécies de moscas-das-frutas, provando que é possível alterar o cérebro de um organismo para que faça algo inteiramente novo. Este avanço não apenas desafia nossa compreensão sobre a herança de comportamentos, mas também fica marcado como a primeira vez que um comportamento completamente diferente foi transferido geneticamente entre animais.

No cerne dessa descoberta está o gene Fruitless (Fru), uma verdadeira chave que desbloqueia novas conexões no cérebro dos organismos. Ao aplicar essa chave, os cientistas transformaram a forma de cortejo da Drosophila subobscura, que oferece comida como presente, para a D. melanogaster, que tradicionalmente atrai parceiras com o seu canto. Este achado é fruto de quase uma década de pesquisa, que revelou que o gene Fru, além de seu papel já conhecido, controla comportamentos bastante distintos conforme a espécie.

Mosca em fruta
Moscas se tornaram “doadoras de presentes” em vez de “cantoras”. (Imagem: nechaevkon/Shutterstock)

O que torna essa experiência ainda mais fascinante é sua natureza inédita. Em uma manobra ousada, os pesquisadores conseguiram que os machos de D. melanogaster, cuja evolução se separou da outra espécie há 35 milhões de anos, se tornassem “doador de presentes” em vez de continuar como “cantores”. Essa transformação, que por um breve momento reverteu uma parte do processo evolutivo, demonstrou que a ativação do gene Fru em neurônios das moscas poderia criar novas ligações que levariam a um comportamento absolutamente revolucionário e autônomo—sem que as moscas precisassem aprender ou imitar nada.

As implicações deste estudo são vastas. Ele sugere que muitos comportamentos que observamos na natureza podem estar ocultos nas suas análises genéticas, prontos para serem despertados com a activação de genes específicos. Segundo Yusuke Hara, um dos principais autores, isso mostra que a evolução não necessariamente requer a criação de neurônios novos; uma mera alteração genética pode reorganizar a “fiação” cerebral existente e abrir caminho para comportamentos até então inexistentes.

Os pesquisadores explicam que a evolução de novos comportamentos não exige o surgimento de neurônios novos. (Imagem: Corona Borealis Studio/Shutterstock)

É importante ressaltar que, apesar de o estudo ter sido realizado com moscas, organismos que compartilham cerca de 60% de seus genes com os humanos, sua aplicação em seres humanos não é a intenção dos cientistas. Contudo, a pesquisa lança luz sobre a possibilidade de acionar comportamentos que estão adormecidos em nossa biologia. Pense bem: será que alguns de nossos instintos aguardam apenas o “interruptor” molecular certo para se manifestarem?

O que você acha dessa descoberta? Deixe seu comentário e compartilhe suas reflexões sobre o impacto da genética no comportamento animal e humano!

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