25 outubro, 2025
sábado, 25 outubro, 2025

Número de falantes de línguas indígenas aumenta quase 50% em 12 anos

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Brasil tem mais falantes de línguas indígenas do que tinha em 2010, segundo o Censo Demográfico 2022

O Brasil vive um momento significativo: o aumento do número de falantes de línguas indígenas. Segundo os dados revelados pelo Censo Demográfico 2022, conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de indivíduos que falam esses idiomas subiu 47,7% entre 2010 e 2022, passando de 293.853 para 433.980. Essa mudança representa não apenas um crescimento numérico, mas uma afirmação cultural e identitária para muitos grupos.

Um aspecto ainda mais promissor é que o aumento também se reflete fora das tradicionais terras indígenas (TIs), onde o número de falantes dobrou, saltando de 44.590 para 96.685 em 12 anos. Quando consideramos pessoas a partir de 2 anos de idade, o total de falantes alcança impressionantes 474.856. Desses, 78,34% residem em terras indígenas, reafirmando a conexão profunda que os povos têm com suas raízes.

O Censo revelou 295 línguas indígenas em uso, um aumento em relação às 274 de 2010. As maiores concentrações de falantes estão no Amazonas, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. É notável que, em 1.990 municípios, pelo menos uma pessoa indígena fala uma língua nativa, evidenciando a abrangência e a diversidade cultural do país.

Fernando Damasco, gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, sublinha a importância de mapear esses falantes. Isso é essencial para que políticas públicas sejam desenvolvidas, reconhecendo e promovendo essas línguas. A oficialização faz a diferença no acesso à cidadania, permitindo traduções adequadas de documentos e a presença indispensável de intérpretes em órgãos públicos.

No entanto, é crucial notar que, mesmo com o aumento em números absolutos, a proporção de falantes em relação à população indígena total diminuiu. Em 2022, os falantes somam 28,51% de uma população indígena de cerca de 1,7 milhão, uma queda em relação aos 37,35% de 2010. Isso provoca reflexões sobre a percepção e o apoio que as línguas indígenas recebem, especialmente fora das TIs, onde a queda percentual é ainda mais acentuada.

A luta pela valorização e resgate das línguas se intensifica, demonstrando um movimento forte entre os indígenas em busca dessa legitimidade cultural. Damasco destaca que o atual cenário é um reflexo de esforços, como políticas de educação bilíngue e valorização das lenguas, que têm sido vitais para este renascimento.

Além disso, o Censo também indicou um aumento significativo nos falantes de português, com 1.404.340 indígenas utilizando-o em casa, representando 86,32% da população indígena. A educação e a alfabetização desempenham um papel crucial nesse processo, mas devem ser abordadas com cautela. Uma abordagem bilíngue, que respeite e integre as línguas indígenas, é necessária para evitar que essas falas se extingam nas futuras gerações.

Esses dados nos convocam a refletir sobre a riqueza cultural do Brasil e a urgência de preservar as línguas indígenas. Que tal compartilhar sua opinião sobre isso? Comente abaixo e vamos juntos promover essa conversa vital!

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