Em 2024, o Brasil enfrenta um paradoxo alarmante: as mortes por acidentes elétricos aumentaram, mesmo com uma queda significativa no número total de ocorrências. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), 257 vidas se perderam em decorrência de acidentes, um número que representa um acréscimo de sete vítimas em relação a 2023, quando foram registradas 250 fatalidades.
Embora a redução nos acidentes tenha sido notável — de 782 para 685, o menor índice em oito anos —, essa melhoria não é suficiente para minimizar os riscos. Marcos Madureira, presidente da Abradee, acredita que as campanhas de prevenção estão fazendo a diferença, mas enfatiza a necessidade urgente de uma mudança cultural: “A queda no número de ocorrências indica que as iniciativas de segurança estão surtindo efeito. Entretanto, o aumento no número de mortes mostra que os perigos continuam elevados”, alerta.
As causas mais frequentes para esses acidentes estão frequentemente ligadas ao setor da construção civil, ligações clandestinas, furtos de cabos, manuseio inadequado de equipamentos agrícolas nas proximidades de redes elétricas, e a prática arriscada de improvisações nas instalações elétricas domésticas. Madureira sublinha que grande parte da gravidade desses incidentes resulta da falta de conhecimento técnico e do uso de técnicas inadequadas.
Para reverter essa situação, a Abradee lança neste mês a terceira edição da campanha Agosto Vermelho, parte da 19ª Campanha Nacional de Segurança com a Rede Elétrica. Focando no setor da construção civil, a mobilização visa criar um Movimento Zero Acidentes. Entre as iniciativas, destaca-se o “aulão da segurança”, um workshop online disponível no canal da Abradee no YouTube, onde especialistas e influenciadores compartilharão informações cruciais sobre segurança elétrica.
A Abradee acredita que é vital ampliar o acesso à informação para salvar vidas. “Precisamos cultivar uma cultura de segurança elétrica, levando conhecimento prático e de qualidade a todos”, conclui Madureira. Com ações como essa, a esperança é que os índices de acidentes graves diminuam e a segurança se torne uma prioridade para todos.
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