21 setembro, 2025
domingo, 21 setembro, 2025

O Agente Secreto confirma a força do cinema nacional após Oscar

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O cinema brasileiro vive um momento de renascimento e esperança. Em 2025, após conquistar seu primeiro Oscar com *Ainda Estou Aqui*, a expectativa se intensifica com o lançamento de *O Agente Secreto*, a nova obra de Kleber Mendonça Filho, escolhida pela Academia Brasileira de Cinema para competir na categoria de Melhor Filme Internacional.

Agendado para estrear em 6 de novembro, o filme já é cercado de prestígios: Wagner Moura foi premiado como Melhor Ator e Mendonça recebeu o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes. A respeitada revista americana Variety até projetou que *O Agente Secreto* pode superar a conquista anterior de *Ainda Estou Aqui* na corrida pelo Oscar.

Esse entusiasmo reflete um crescimento real do mercado cinematográfico no Brasil. Entre maio de 2024 e maio de 2025, a venda de ingressos para filmes nacionais disparou em impressionantes 197%, como revela um levantamento da Ingresso.com, publicado pela Exame. Produções como *Homem com H*, *Baby* e *O Último Azul* ampliaram substancialmente o espaço do cinema brasileiro nas telonas e nas plataformas de streaming.

Os dados oficiais corroboram essa mudança significativa: o Relatório Focus 2025 mostrou que o país registrou o segundo maior aumento de público nas salas de cinema em 2024, atingindo 70% do patamar pré-pandemia. Já a Ancine apontou que o número de exibições de obras nacionais subiu 23% somente no primeiro semestre de 2025. Nesse cenário, *O Agente Secreto* não é apenas um candidato ao Oscar, mas uma emblemática representação da nova vitalidade do cinema brasileiro.

Após anos de restrições orçamentárias, a revitalização do cinema nacional é notada. Em 2020, durante o governo Jair Bolsonaro, o Fundo Setorial do Audiovisual sofreu um corte drástico de 43%, limitando seu orçamento a R$ 415,3 milhões. Agora, cinco anos depois, a previsão orçamentária ultrapassa R$ 892 milhões em 2025. A recente paralisação de quatro meses dos atores em Hollywood também contribuiu para aumentar a visibilidade do cinema brasileiro no mercado internacional.

“Só temos a comemorar, porque o cinema brasileiro, de vez em quando, morre, mas ele renasce. Quando renasce, vem com essa força, é uma fênix”, declarou Fernanda Torres nas redes sociais.

O fervor em torno de *O Agente Secreto* ecoa pela internet, reminiscentemente ao entusiasmo que cercou *Ainda Estou Aqui*. Antes mesmo de ser nomeado representante do Brasil, o filme gerou um sinal forte de apoio nas redes sociais. Com seis filmes concorrendo à indicação da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, *O Agente Secreto* era visto como favorito, embora *Manas*, de Marianna Brennand Fortes, também tenha ganhado destaque com o apoio de personalidades como o produtor Sean Penn e a atriz Julia Roberts.

A trama gira em torno de Tielle, uma jovem da Ilha do Marajó (PA), que enfrenta a pobreza e a insegurança alimentar. Para sustentar sua família, ela vende açaí em balsas, ao mesmo tempo em que se torna vulnerável a uma realidade cruel de exploração sexual. Este retrato visceral das dificuldades enfrentadas por muitos brasileiros torna o filme ainda mais impactante.

“Temos um filme que está incrível, mas estamos com uma crise na distribuição e na difusão das obras. Não temos um mercado verdadeiro, saudável e intenso para as obras brasileiras”, explica a cineasta Cibele Amaral.

Esse resgate do cinema nacional é celebrado tanto pelo público quanto pelos especialistas em dramaturgia. O diretor Pedro Leitão descreve o momento atual como “revigorante”. “O público parece interessado no cinema nacional e resta entender o quão sustentável isso vai ser a médio e longo prazo. Mostra que o mercado tem fome do cinema nacional e que temos talento a oferecer”, observa.

William Alves, organizador do Festival Taguá de Cinema, complementa essa visão ao afirmar que o sucesso recente é reflexo da identificação do público com as histórias. No entanto, ele alerta que muitos ainda encontram barreiras para acessar o cinema, seja pela falta de tempo ou por dificuldades financeiras. “Vivemos uma condição de exclusão muito grande ainda. O público que começa a acessar mais o cinema nacional não significa que esteja indo mais ao cinema”, enfatiza.

Em sua nova produção, Wagner Moura simboliza Marcelo, um homem de 40 anos que se muda para Recife fugindo de um passado turbulento. Ao chegar à cidade durante o Carnaval, ele percebe que trouxe consigo os fantasmas do seu passado, enquanto começa a ser vigiado por vizinhos curiosos.

Qual sua expectativa para o sucesso de *O Agente Secreto*? Compartilhe suas opiniões e vamos dialogar sobre o futuro do cinema brasileiro! Deixe seu comentário abaixo!

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