
No cenário político brasileiro, a figura de Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo, começa a desenhar sua trajetória de maneira intrigante. Assim como Jair Bolsonaro, que se tornou um ícone da autossabotagem, Tarcísio pode estar trilhando um caminho semelhante, cercado por armadilhas que ele mesmo criou.
Bolsonaro, conhecido por suas decisões controversas, tornou-se sinônimo de um político que frequentemente “atira no próprio pé”. O ex-capitão, com sua lealdade exacerbada a seus aliados, se tornou um exemplo do que não se deve fazer: criar provas contra si mesmo e, eventualmente, enfrentar as consequências de suas ações. Mas como Tarcísio, um “calouro” na política, se encaixa nessa narrativa?
Tarcísio, mesmo sem nenhuma experiência em disputas eleitorais, ascendeu ao cargo de governador graças à influência de Bolsonaro. A ambição por uma candidatura à presidência em 2026 o empurra a adotar uma posição de fidelidade cega a seu mentor. É esse apego que pode se tornar sua ruína, pois ele parece ignorar a rejeição maciça que Bolsonaro enfrenta, evidenciada por uma pesquisa do Datafolha, onde 61% dos entrevistados afirmaram que não apoiariam um candidato que promissesse perdoar Bolsonaro por seus crimes.
Recentemente, em uma entrevista, Tarcísio foi claro em suas intenções de absolver Bolsonaro de maneira quase automática, desconsiderando o peso dos processos judiciais que pesam sobre o ex-presidente. Ao afirmar que não confia na Justiça, ele despencou ainda mais no abismo da falta de discernimento político, associando-se a figuras que fazem da deslegitimação do sistema sua bandeira de luta.
Por outro lado, a confiança que Tarcísio expressa por Bolsonaro é perigosa. Ela não apenas reflete uma falta de percepção sobre o sentimento público, como também o posiciona como parte de um ciclo de desconfiança que afeta toda a política nacional. A amizade com figuras como Eduardo Bolsonaro, que ataca sistematicamente as instituições, poderia isolá-lo politicamente, numa tentativa desesperada de manter sua imagem associada à família Bolsonaro.
Tarcísio, ao ignorar as lições da política, pode estar se condenando ao mesmo destino de seu mentor. As urnas são as mesmas, e a direita, agora, tem a responsabilidade de se reimaginar numa nova era após o governo Bolsonaro. A dúvida é se Tarcísio conseguirá se desvencilhar dessa herança negativa ou se permanecerá aprisionado pela lealdade a um legado em decadência.
O futuro político de Tarcísio é incerto e, com cada declaração que faz, ele parece mais comprometido com os erros de seu antecessor. Dada essa dinâmica, será que ele conseguirá mudar a narrativa ou será apenas mais um personagem na trágica história da política brasileira? O que você pensa sobre isso? Deixe seu comentário e vamos debater!