ACABOU O TABU
O técnico tricolor comemorou e analisou o triunfo em cima do Flamengo pelo Brasileirão
Por Marina Branco e Téo Mazzoni
05/10/2025 – 23:07 h

Rogério Ceni pelo Bahia –
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A vitória do Bahia sobre o Flamengo por 1 a 0, neste domingo, 5, na Arena Fonte Nova, foi um alívio e um ponto de virada. Depois de 12 jogos sem vencer o Rubro-Negro, o Tricolor superou o rival e deu um passo importante rumo ao G-4 – mas, mais que isso, o treinador Rogério Ceni quebrou seu tabu.
O técnico que nunca havia vencido o Flamengo como treinador em 16 encontros finalmente saiu com o triunfo de campo, e comentou a partida contra o Flamengo e a próxima no radar, o Ba-Vi, na coletiva pós-jogo.
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“O principal no dia de hoje é competir. Contra o Flamengo, é sempre difícil, e nós conseguimos competir bem“, começou Ceni.
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“Não dá para render a cada 66 horas”
Logo no início da coletiva, Ceni criticou o calendário do futebol brasileiro e a sequência de jogos sem tempo de descanso, grande tópico em toda a temporada do clube tricolor que foi um dos que mais jogou no mundo inteiro em 2025.
“É possível jogar e render em alto nível a cada 66 horas? Não, não é possível. Talvez num jogo ou outro, com uma semana antes e outra depois, ainda se consiga, mas no futebol atual, com jogos tão intensos, é impossível”, afirmou.
Segundo ele, um calendário mais espaçado ajudaria na qualidade do futebol jogado: “A partir do momento em que os jogadores tiverem um dia a mais de recuperação, 75, 80, 85 horas, você tem um jogo melhor, mais competitivo. Não que vá garantir vitória, mas o nível sobe. Com elencos pequenos, é difícil para qualquer time”.

Rogério Ceni pelo Bahia | Foto: Divulgação I EC Bahia
Com o elenco que tem – desfalcado por mais de dez jogadores – e o tempo que tem disponível, então, Ceni precisou fazer escolhas, e justificou todas elas na coletiva. “Na defesa, tínhamos o Gilberto automaticamente para entrar. O David Duarte já vinha treinando bem e mostrou confiança de que poderia jogar”, explicou.
“O Rezende já havia atuado como zagueiro no meio da semana, é um cara que conduz bem e ajuda o lateral. O Iago, por exemplo, tomou uma bola nas costas no início, mas corrigiu e foi muito bem defensivamente”, continuou.
No meio, a base foi mantida: “Jean e Everton vinham jogando, era natural mantê-los. E o Ademir foi um risco. Me pediram 45 minutos, usei uns 55, mas eu achava que a velocidade era o caminho. Precisávamos atacar os espaços. Por isso, pedi que o Willian baixasse mais e o Tiago atacasse as costas do Léo Ortiz. No fim, deu certo”.
O técnico explicou também que optou por manter Michel Araújo como substituição planejada e não começar com ele. “Precisávamos de velocidade, e tínhamos o Ademir e o Tiago para isso“, reforçou.

Bahia e Flamengo se enfrentaram pela 27ª rodada do Brasileirão | Foto: Uendel Galter I Ag. A TARDE
Na zaga, a escolha por David Duarte e Rezende também foi amplamente justificada por Ceni: “Os dois foram muito bem. As duplas de zaga, com raras exceções, vêm jogando muito bem“.
“O Rezende, olhando de frente, tem facilidade na construção, ajuda na saída de três, tem bom passe e coragem por ter sido volante. Já o David, mesmo com um pouco de falta de ritmo, tem um jogo aéreo espetacular. É um dos melhores custo-benefício do Bahia, adquirido por um valor baixo e com excelente rendimento“, finalizou.
Jogo com os pés
Na escalação, uma certeza era Ronaldo, e contra o Flamengo foi compreensível o porquê. Ceni fez questão de destacar o crescimento do goleiro Ronaldo, um dos destaques da partida, essencialmente no jogo com os pés, prioridade do técnico e ex-goleiro.
“Estamos tentando evoluir ele com os pés. O Rossi é o melhor do país nisso hoje, e o Ronaldo vem melhorando muito. Ele fez defesas importantes contra o Palmeiras e hoje de novo. Legal o reconhecimento de todos, de vocês da imprensa, porque o torcedor precisa gritar o nome dele e ajudar a dar confiança até o final da temporada”, elogiou.
Vermelhos que ajudaram ou prejudicaram?
Outro ponto marcante no jogo foram os dois cartões vermelhos recebidos pelo Flamengo durante a partida – não necessariamente vistos com bons olhos por Ceni. Ao ser questionado sobre o comportamento tático do time, o treinador foi autocrítico: “Estávamos melhores no 11 contra 10 e pioramos no 11 contra 9“.

Bahia e Flamengo se enfrentaram pela 27ª rodada do Brasileirão | Foto: Uendel Galter I Ag. A TARDE
“Eu pedi marcação individual e pressão, mas o time acabou recuando. O Flamengo, mesmo com menos, saiu jogando bem. Mostra o quanto são qualificados“, reconheceu.
“Jogamos em bloco alto, como sempre, e depois ajustamos no 4-4-2. Ainda assim, temos que melhorar quando o adversário passa a primeira linha. Vamos trabalhar isso nos próximos seis treinos antes do clássico”, completou.
Ba-Vi a caminho
É justamente o clássico contra o Vitória a próxima missão do Bahia, que mira o Barradão como palco seguinte. “É a primeira vez que conseguimos realmente parar. Antes teve Data Fifa, mas continuamos jogando a Copa do Nordeste“, explica Ceni.
“Agora dá pra descansar, recuperar e treinar. Ficar em casa ajuda muito. Não perder noite de sono, não pegar voo de madrugada, não chegar cansado. Isso faz diferença“, afirma.
“O Ba-Vi é um divisor de águas. Vamos nos preparar bem. Eu tinha uma ideia pro jogo, sem o Juba, mas com o Gilberto. Com a suspensão dele, vou ter que repensar. O Arias não faz a mesma função, então vamos analisar com calma”, explica.

Bahia e Flamengo se enfrentaram pela 27ª rodada do Brasileirão | Foto: Uendel Galter I Ag. A TARDE
Ceni evitou projetar a sequência inteira, preferindo o foco jogo a jogo: “Todo mundo olhava a sequência Palmeiras, Botafogo e Flamengo e achava que seria impossível. Fizemos seis pontos de nove, 66% de aproveitamento. Então prefiro pensar no próximo adversário. O resultado de hoje pode nos dar confiança pro Ba-Vi”.
Por fim, deixou clara a meta: “Temos que pontuar e tentar fazer o melhor ano dos pontos corridos da história do Bahia“.
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