
A recente morte de Eweline Passos Rodrigues, a conhecida Diaba Loira, com apenas 28 anos, trouxe à tona questões intrigantes sobre suas tatuagens marcantes. Integrante do Terceiro Comando Puro (TCP), Diaba Loira se tornou um fenômeno nas redes sociais, onde suas postagens polêmicas sobre ameaças e mortes rapidamente ganharam notoriedade. Mas o que realmente a destacava eram os símbolos que adornavam seu corpo.
Entre as tatuagens que capturaram a curiosidade do público, duas se destacam: o olho, tradicionalmente associado à vigilância e proteção, e as máscaras de teatro, que expressam a ideia de “Chora agora, ri depois”, uma filosofia bastante comum entre criminosos. Essas imagens não são apenas arte corporal; elas carregam significados profundos, operando como códigos em um universo paralelo.
Tatuagens tornaram-se mais do que uma simples forma de expressão pessoal; no contexto criminal, elas se transformaram em uma linguagem silente, revelando segredos sombrios. Elementos como águias, âncoras, símbolos do Yin Yang, e até mesmo flores e gnomos, podem esconder histórias obscuras e avisos, compreendidos somente por aqueles que conhecem essa língua secreta.
Foi na década de 1920 que o médico psiquiatra José de Mello Moraes iniciou uma análise sistemática desse fenômeno no Brasil. Ele começou seu trabalho na Casa de Detenção do Carandiru, em São Paulo, onde catalogou cerca de 2.600 fichas de tatuagens de prisioneiros. O legado de seu estudo ainda ressoa nas celas brasileiras, onde muitos dos significados identificados, mesmo os esquecidos, continuam a habitar as peles dos condenados.
As tatuagens no sistema carcerário não têm a função de embelezar; elas servem como um alfabeto sigiloso. Cada desenho é uma marca que pode sinalizar a ficha criminal de um detento, indicando seu nível de periculosidade e, em certos casos, condenando-os a punições severas por parte de outros internos. A artista é também um avatar de sua vida, uma história contada através da pele.
Os símbolos presentes no corpo da Diaba Loira espelham uma vida dada a riscos e envolvimentos com o crime, e seu trágico fim durante um confronto com a facção rival, o Comando Vermelho, destaca a realidade desse universo implacável. Em meio a todas essas narrativas, as tatuagens permanecem como testemunhas silenciosas das vidas que cruzam esse caminho obscuro.
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