
O cenário que se forma à frente de Lula promete ser um dos mais desafiadores de sua trajetória política. Mas o que explica a hostilidade da quase totalidade da mídia brasileira em relação a ele? A resposta não é simples. O desamor, talvez, não seja o termo mais adequado; a má vontade, tampouco. A pergunta certa poderia ser: por que essa animosidade?
Pode-se argumentar que muitos proprietários da mídia se veem como superiores a Lula, um homem oriundo de uma família humilde que partiu do Nordeste em um caminhão, buscando uma nova vida na periferia de São Paulo. Sua trajetória é um retrato da luta pela inclusão dos mais pobres na agenda nacional, algo que ele nunca disfarçou.
Ao contrário de alguns políticos que talvez tenham uma retórica mais refinada, como Jânio Quadros com seu português impecável, Lula carrega consigo a autenticidade de suas origens. Essa sinceridade, por sua vez, gera resistências. É inegável que a mídia, ao longo da história, sempre teve seus lados. Eles se curvaram a Getúlio Vargas durante sua ditadura, mas o atacaram quando ele se tornou presidente eleito.
Na década de 90, o apoio da mídia a Fernando Henrique Cardoso foi explícito, assim como a oposição a Lula em diversas eleições subsequentes. Por outro lado, Jair Bolsonaro conquistou a presidência sem o suporte midiático e, mesmo diante de uma gestão questionável, viu a mídia distanciar-se dele na reeleição em 2022.
A Lava Jato se apresentou como uma oportunidade para a mídia se desvincular de Lula, aproveitando-se do momento para demonizar a política, como se a solução estivesse fora dela. O desagrado é intimamente ligado ao fim de investigações e a decisões judiciais que consideram Sérgio Moro um juiz parcial, sem contar a recente reeleição de Lula.
Essa percepção negativa alimenta uma união entre os magnatas da mídia em busca de um candidato que possa barrar Lula em 2026, mesmo que esse novo líder possa carregar resquícios da gestão anterior. Se a eleição de 2022 foi uma batalha acirrada, a de 2026 promete ser ainda mais feroz.
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