
Decorar um ambiente é mais do que apenas uma questão de estética; é um ato de amor e cuidado que pode impactar profundamente o bem-estar emocional e desenvolvimento. Em se tratando de espaços infantis, a decoração sensorial se destaca como uma poderosa ferramenta, transformando simples quartos em ambientes lúdicos e estimulantes.
A proposta da decoração sensorial vai além do visual, promovendo estimulação da coordenação motora, linguagem e regulação emocional. Essa abordagem é especialmente relevante para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma vez que entre 40% e 80% delas enfrentam dificuldades no processamento sensorial, segundo um estudo importante na área.
Sara Úlima, arquiteta especializada em ambientes infantis, nos conta que cada elemento deve ser pensado com atenção: cores, texturas, sons e aromas são escolhidos para criar um habitat que não só encanta, mas que também apoia o desenvolvimento da criança. “Um ambiente sensorial deve ser equilibrado e seguro, convidando à descoberta”, explica Sara, ressaltando a importância das experiências sensoriais no crescimento infantil.
Para estimular o tato, por exemplo, são utilizados materiais variados, como painéis e tapetes texturizados, sempre com foco na segurança dos pequenos. Sons suaves da natureza e melodias instrumentais completam a proposta auditiva, proporcionando um espaço que acalma. Rebeca Sena, arquiteta da Marbbo, complementa essa ideia: a inclusão de móveis lúdicos, como caixas de Lego e paredes de escalada, torna o espaço ainda mais envolvente.
A versatilidade da decoração sensorial a torna aplicável em diferentes contextos, como consultórios infantis e brinquedotecas. Em um projeto em particular, Rebeca criou um espaço que promove a autonomia das crianças, incorporando elementos como escorregadores e piscinas de bolinhas. Cada detalhe é pensado para garantir que o ambiente seja ao mesmo tempo divertido e acolhedor.
Mas a decoração pode e deve evoluir junto com a criança. É fundamental adaptar os espaços para atender às necessidades em constante mudança. Elementos como cantinhos de leitura e brinquedos sensoriais podem ser introduzidos à medida que a criança cresce. E para quem busca adesão a essa estética de uma forma mais acessível, várias opções estão disponíveis, como pinturas lúdicas e tapetes texturizados.
O equilíbrio dos estímulos é crucial, principalmente para crianças mais sensíveis. Criar áreas que separam diferentes tipos de estímulos e oferecem espaços neutros para relaxamento pode ser determinante. Itamara Albergaria e Thiago Lisboa, pais de uma recém-nascida, tomaram essa decisão ao incluir cores suaves e iluminação indireta no quarto da filha. “Com a ajuda da arquiteta, conseguimos criar um ambiente que promove a serenidade não só para a nossa bebê, mas para toda a família”, compartilhou Thiago.
Se você também se interessa em criar um espaço que estimule o desenvolvimento e o bem-estar, considere experimentar a decoração sensorial na sua casa. Que tal compartilhar suas ideias e inspirações nos comentários? Vamos juntos transformar ambientes em locais de crescimento e descoberta!