No fascinante e intrigante mundo da política, onde as narrativas se entrelaçam, alguns personagens ainda alimentam a esperança de um retorno ao poder. Entre eles, destaca-se Bolsonaro, que, junto a parte de sua família e fervorosos apoiadores, vislumbra a possibilidade de uma nova ascensão nas eleições gerais do próximo ano.
Com 349 dias até que os brasileiros se dirijam às urnas, essa espera parece suficiente para que um cenário inesperado se desenhe. O que acontecerá se Lula, por questões de saúde, renunciar a um quarto mandato? Ou se a economia sufrir um colapso significativo? O Congresso pode até mesmo considerar uma anistia abrangente para os envolvidos nos tumultos de dezembro de 2022 e janeiro de 2023, incluindo a redução de penas para Bolsonaro e seus aliados. Por que não?
Em tal contexto, a relevância da família Bolsonaro pode estar em alta durante as negociações, especialmente na hora de unir forças com aliados fundamentais para garantir votos. Não é essa a estratégia que Lula utilizou enquanto estava preso?
Caso a Justiça negue seu registro de candidatura no final de agosto, Bolsonaro poderá negociar suas influências. Além disso, há sempre a possibilidade de que suas filhas, como Michelle ou Flávio, sejam consideradas para posições estratégicas, como a vice-presidência.
Por que, então, ter pressa? Por que ceder às cobranças que exigem uma definição imediata? A pressão é maior sobre Tarcísio de Freitas, que, se desejar disputar a vaga de Lula, precisará deixar o governo de São Paulo em abril. Ele é o único dos nomes cogitados que pode ainda garantir reeleição, dependendo do apoio de Bolsonaro e da neutralidade de Eduardo, seu filho.
Governadores como Ronaldo Caiado, Ratinho Júnior e Romeu Zema também têm opções: desistindo agora da corrida presidencial, podem futuramente se candidatar a cargos no Senado ou na Câmara. Neste tabuleiro político, a paciência e a falta de pressa podem ser a estratégia mais eficaz de Bolsonaro, uma peça que pode ser jogada no momento preciso.