A Human Rights Watch (HRW), uma das mais respeitadas organizações de direitos humanos do mundo, fez uma grave acusação contra o governo dos Estados Unidos. No relatório anual sobre direitos humanos, divulgado no dia 12, a ONG apontou manipulação política e distorções, destacando como o governo Trump omitiu violações em países aliados, como El Salvador, Hungria e Israel. Em contraste, o documentário aponta uma deterioração dos direitos humanos em países como Brasil e África do Sul, que estão em desacordo com a administração americana.
Sarah Yager, diretora da HRW em Washington, descreveu o relatório como um “exercício de encobrimento”. Segundo ela, o documento transformou-se em uma ferramenta de propaganda, apresentando os autocratas sob uma luz favorável e minimizando as graves violações dos direitos humanos. A HRW critica a exclusão de categorias inteiras de abusos e a atenção desproporcionada a governos aliados, deslegitimando a credibilidade do relatório, que é exigido desde 1974 para informar sobre países com padrões consistentes de violações de direitos.
No caso do Brasil, o relatório de 2024 sugere uma piora significativa na liberdade de expressão, especialmente em relação ao inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) contra grupos que tentam desacreditar o sistema eleitoral. Ele menciona que o governo restringiu o acesso a conteúdos online que, segundo a administração, “minam a democracia”, um discurso que foi usado para justificar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes.
Além disso, analistas alertam que a extrema-direita nos Estados Unidos e no Brasil distorce a realidade dos processos judiciais, criando uma narrativa de censura e perseguição. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro de pressionar militares para anular os resultados da eleição de 2022, onde ele foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva, revelando planos para prender e matar autoridades públicas. Os indiciados, no entanto, negam tais acusações.
O relatório também ignora crimes graves em Israel, como a deslocação forçada de palestinos em Gaza e a utilização da fome como arma de guerra. A HRW critica a falta de menção sobre as condições desumanas enfrentadas por cerca de 2 milhões de pessoas nessa região, ressaltando a destruição da infraestrutura essencial.
Em El Salvador, enquanto o governo de Nayib Bukele tem sido acusado de abusos, o relatório afirma que “não houve relatos significativos de violações”. Essa inverdade é preocupante, dado que o governo está sob críticas intensas por prisões arbitrárias e ataques à liberdade de imprensa. A HRW ressalta que a manipulação da realidade no relatório reflete uma aliança política com Bukele, que recebe ajuda financeira dos EUA.
A Hungria também foi citada, com o relatório ignorando as tentativas do governo de minar as instituições democráticas e a crescente repressão à sociedade civil e à mídia independente. Por sua vez, a África do Sul está enfrentando um clima de desconfiança, com críticas à nova legislação que permite desapropriações sem indenização, exacerbando tensões raciais e sociais no país.
Essas denúncias revelam um padrão alarmante: enquanto algumas violações são encobertas por conveniência política, outras são amplificadas para alimentar narrativas específicas. Como você vê essa manipulação nos relatórios de direitos humanos? Compartilhe sua opinião nos comentários!