Na manhã desta quinta-feira, 25 de setembro, uma operação audaciosa do Ministério Público de São Paulo (MPSP), em colaboração com a Receita Federal e outras autoridades, resultou na apreensão de aproximadamente R$ 1 milhão em dinheiro. A Operação Spare se desdobrou a partir da Operação Carbono Oculto, ao investigar um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que envolvia uma fintech, jogos de azar e vendas ilegais de combustíveis.
Além do montante em espécie, as autoridades encontraram uma arma, 20 celulares e diversos computadores, levando o coronel da Polícia Militar, Valmor Racorti, a afirmar que a operação é um passo crucial na recuperação dos tributos sonegados. Caio César Guzzardi, procurador-geral-adjunto do estado, enfatizou a intenção de bloquear bens no valor de R$ 7,6 bilhões relacionados a 55 réus.
“Cada órgão traz aqui sua expertise, gerando significativas recuperações. Nossa equipe tem atuado em diversas ações legais, visando o bloqueio de bens ilícitos”, declarou Guzzardi.
A operação cumpriu 25 mandados de busca e apreensão em várias cidades, incluindo São Paulo e Santos, onde a investigação teve início. A abordagem inicial focou em máquinas de cartão encontradas em jogos clandestinos, ligadas a postos de combustíveis. O mapeamento das transações financeiras revelou que os valores eram direcionados para uma fintech, cuja função primária era ocultar a origem ilícita dos recursos.
No epicentro do esquema estava Flávio Silvério Siqueira, conhecido como Flavinho, um empresário já suspeito de interagir com o crime organizado por meio de diversas frentes de negócio. A fintech em questão, BK Bank, também foi implicada na Operação Carbono Oculto, que investiga fraudes no setor de combustíveis e as ligações dessa rede com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
O funcionamento do grupo criminoso abrangia múltiplos elos na cadeia de combustíveis e incluía práticas fraudulentas como a adulteração de combustíveis com metanol. Não só os postos, mas também empreendimentos imobiliários, motéis e lojas de franquias estavam envolvidos na lavagem de dinheiro, usando tanto transações em espécie quanto financiamentos por meio de maquininhas e fintechs.
Um aspecto alarmante é a estrutura revisada da rede de postos de combustíveis, onde um único prestador de serviços estava associado a aproximadamente 400 postos, dos quais 200 eram vinculados diretamente ao principal alvo. Apesar de movimentações que ultrapassaram R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024, esses postos conseguiram pagar apenas R$ 4,5 milhões em tributos.
Os tentáculos da operação se estendiam à loja de franquias e motéis, onde CNPJs geravam movimentações financeiras imensas, mas deixavam um rastro de sonegação fiscal. Por exemplo, um conjunto de 98 estabelecimentos relacionados e operados por laranjas movimentou cerca de R$ 1 bilhão entre 2020 e 2024, emitindo apenas R$ 550 milhões em notas fiscais e recolhendo R$ 25 milhões em tributos federais.
As investigações também revelaram que vários motéis, registrados em nome de laranjas, movimentaram R$ 450 milhões, contribuindo com lucros substantivos aos sócios. Imóveis de alto valor foram adquiridos, com transações que levantaram a suspeita sobre o verdadeiro propósito financeiro dos envolvidos.
Agora, com pistas sendo desvendadas e operações alinhadas, as autoridades seguem firmes no combate ao crime organizado e a suas complexas redes de lavagem de dinheiro. O que você pensa sobre essa situação? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião!