Nos últimos anos, o Anuário de Segurança Pública trouxe à tona uma realidade alarmante para a Bahia. O aumento das mortes violentas, das ações policiais fatais e das perdas de vidas entre os próprios policiais configura um cenário sombrio que expõe a fragilidade dos esforços do governo. Com a oposição se aproveitando desse contexto, estamos diante de uma guerra não declarada que afeta a todos nós, baianos.
Apesar dos discursos de transferência da responsabilidade da violência para outros níveis de governo, a verdade é que essa estratégia não se sustenta. Em quase duas décadas sob a liderança do PT, a sensação que prevalece é a de que, embora tenhamos enfrentado inúmeras batalhas, a guerra ainda não foi ganha. O cotidiano de notícias trágicas, predominantes entre jovens da periferia e, especialmente, entre jovens negros, torna-se cada vez mais normalizado, como se estivéssemos imunes à dor alheia.
Desde que Rui Costa assumiu, as respostas do governo têm sido insuficientes. Jerônimo Rodrigues, embora eloqüente em suas analogias futebolísticas, não conseguiu transmitir uma sensação de segurança à população. Os investimentos em segurança, por mais que existam, não se converteram em tranquilidade para os cidadãos. Na verdade, o que vemos é uma disparidade crescente entre discurso e realidade, um abismo que impede um enfrentamento efetivo da violência.
Esses dados tornam-se munição poderosa para a oposição, que, astutamente, agenda debates públicos sobre segurança com o intuito de capitalizar electoralmente. Enquanto isso, os apoiadores do governo tentam minimizar a gravidade das críticas, desviando o foco para a figura da oposição, em vez de discutir as questões essenciais. O ex-prefeito ACM Neto, liderando essa oposição, tem se mostrado cauteloso, mas suas abordagens mais sutis podem estar se esgotando.
À medida que 2026 se aproxima, a segurança pública será inegavelmente um tema central nas eleições. Embora o clima atual esteja relativamente contido, convém lembrar que Jerônimo pode se ver em apuros, especialmente se o adversário souber como aprofundar as feridas do legado petista. A realidade é que o tema da segurança se tornou um calo sensível, um ponto frágil que, se pressionado, pode trazer sérias consequências para o futuro político da Bahia.
O que você pensa sobre essa situação? Vamos debater! Deixe seu comentário e compartilhe sua visão sobre a segurança pública na Bahia.
