10 agosto, 2025
domingo, 10 agosto, 2025

Os relatos das famílias que perderam tudo antes do STF proibir derrubadas em GO

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Em meio a um cenário de injustiça e desespero, 32 famílias da fazenda Antinha de Baixo, em Santo Antônio do Descoberto (GO), enfrentam now um deslocamento forçado, mesmo após a suspensão das derrubadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Durante uma recente visita, o Metrópoles conversou com algumas dessas pessoas, revelando seus profundos relatos de tristeza e perda.

Lídia Rosa Silva, de 61 anos, é uma das moradoras afetadas. Apesar da decisão do STF que deveria proteger sua casa, ela foi despejada com a ordem de desocupação do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Em uma demonstração tocante de vulnerabilidade, Lídia não conseguiu sequer descer do carro ao se deparar com os escombros do que foi seu lar. “Nunca senti tanta dor e decepção. São mais de 12 anos de vida, de trabalho duro para fazer aquela casa”, ela descreve, evidenciando um laço emocional inquebrantável com seu lar.

A agricultora Katleen Silva, de 38 anos, também viveu a tragédia. Na pressa para salvar seus pertences, ela deixou para trás documentos cruciais e observa os restos de sua vida em meio aos escombros: “A palavra é dor. O sonho de toda uma vida hoje está aqui, em pedaços”. A destruição de sua casa não apenas devastou suas posses materiais, mas também suas esperanças e planos futuros.

Viviane Barros, de 42 anos, teve sua casa destruída por um trator, um imóvel construído ao longo de anos. Ela se vê em uma luta desesperada para encontrar abrigo para seus animais de estimação, enquanto lida com a perda de sua propriedade: “Nossa vida toda estava aqui. Foram mais de 10 anos de trabalho e carinho.” A incerteza que a rodeia é quase insuportável, misturando-se à dor pela perda.

“Eles tiraram tudo que era meu. Minha casa, meus bichos, minha horta. Acabou tudo, foi tudo destruído.”

Ao longo desse processo, o toque humano é frequentemente ofuscado por uma disputa judicial complexa e, para muitos, injusta. A juíza que determinou a expulsão dos moradores, Ailime Virgínia Martins, ordenou a desocupação de propriedades que eram, para esses cidadãos, seus lares. A posse das terras foi concedida a herdeiros de antigos proprietários, incluindo parentes de figuras influentes, como o governador de Goiás. O que deveria ser uma questão de direitos fundamentais rapidamente se torna um campo de batalha de interesses pessoais.

Após uma série de reviravoltas jurídicas, o STF, seguido pela Justiça Federal e pelo TJGO, suspendeu as derrubadas, reconhecendo a autodeclaração da Antinha de Baixo como uma região quilombola. Isso abre uma nova perspectiva para os moradores, mas o dano já foi feito, e a luta por um lar digno e corredor seguro continua.

Enquanto isso, a Prefeitura de Santo Antônio do Descoberto informou que está oferecendo programas de assistência como o “Aluguel Social” para as famílias afetadas, mas muitos ainda sentem que a ajuda não foi suficiente. “Nossa batalha não termina aqui. Não podemos esquecer quem somos e o que perdemos”, conclui Lídia, uma voz emblemática entre tantas outras que clamam por justiça.

Esses relatos são um chamado para a reflexão sobre como as decisões judiciais impactam vidas de maneira muitas vezes catastrófica. O que você acha dessas desocupações e o que podemos fazer para ajudar essas famílias? Compartilhe sua opinião nos comentários.

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