Uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre supostos desvios de contratos no governo do Tocantins revela um cenário intrigante e escandaloso. Mensagens entre os envolvidos mostram como uma “foto fake” foi utilizada para burlar a fiscalização na compra de cestas básicas. A trama se adensa com a criação de uma lista fraudulenta com 1.500 nomes de aparentes beneficiários.
Um áudio obtido no celular de um dos investigados, revela diálogos entre Paulo César Lustosa, conhecido como PC Lustosa, e seu irmão, Wilton Rosa Pires, discutindo a estratégia para enganar as autoridades. Em 2022, ambos trocaram mensagens sobre a ‘emprestada’ de cestas básicas de uma empresa, com o intuito de iludir a fiscalização da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas).
No diálogo, Wilton expressa sua ansiedade em “botar essa cesta lá” para aparentar que o fornecimento estava em ordem: “a cesta é emprestada, só para enganar”, diz. Essa conversa, aparentemente casual, destaca uma operativa metódica de engano e manipulação com o intuito de fraudar contratos de fornecimento.
A defesa do governador afastado, Wanderlei Barbosa, disse que ele não tem conhecimento sobre qualquer irregularidade, mas a PF argumenta que o empréstimo de cestas tinha como objetivo encenar o fornecimento de um material que nunca foi produzido. “Não houve a entrega física do produto, apenas a representação”, afirma a PF.
Além disso, o diálogo entre Wilton e uma terceira pessoa revela a busca por mais nomes e CPFs para completar a lista necessária para prestação de contas. “Precisamos muito”, enfatiza Wilton, evidenciando uma pré-arrumação para encobrir a ação fraudulenta. O esquema se aproveitou da urgência social durante a pandemia, desviando cerca de R$ 73 milhões dos cofres públicos.
Os contratos investigados, primeiramente ligados ao Instituto de Desenvolvimento de Gestão Social, Esportiva e Cultural (Idegsesc), têm como uma de suas principais figuras a primeira-dama de Tocantins, Karynne Sotero Campos. A PF delineou que o esquema está “umbilicalmente ligado” à sua administração, criando um cenário complexo de corrupção.
Defensores do governador afirmam que ele não tem envolvimento com os contratos e que não autorizou a ninguém a agir em seu nome. A primeira-dama, por sua vez, declara estar separada de PC Lustosa desde 2017 e afirma que não possui responsabilidade sobre os eventos investigados.
A defesa de Lustosa garante que as provas apresentadas pela PF são superficiais e fora de contexto, desafiando a credibilidade da operação. “Confia que a Justiça esclarecerá todos os fatos no devido processo legal”, dizem seus advogados.
À medida que mais detalhes emergem, o público acompanha com expectativa a evolução deste caso que envolve pressões políticas, fraudes em contratos públicos e questões éticas profundas. O que você pensa sobre essa situação? Deixe seu comentário abaixo e participe dessa discussão importante.