9 outubro, 2025
quinta-feira, 9 outubro, 2025

Parlamento da Espanha aprova embargo de armas a Israel para ‘frear o genocídio’ em Gaza

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Texto foi aprovado por 178 votos a favor e 169 contra, com apoio decisivo do partido de esquerda Podemos, que confirmou seu voto apenas horas antes da votação

EFE/ Pool Moncloa/Borja Puig De La Bellacasa

Medida, defendida pelo presidente do governo, Pedro Sánchez, foi apresentada como uma forma de ‘frear o genocídio em Gaza’

O Congresso dos Deputados da Espanha aprovou nesta quarta-feira (8) um decreto-lei que impõe um embargo total à exportação e importação de armas e materiais de uso militar com Israel. A medida, defendida pelo presidente do governo, Pedro Sánchez, foi apresentada como uma forma de “frear o genocídio em Gaza”. O texto foi aprovado por 178 votos a favor e 169 contra, com apoio decisivo do partido de esquerda Podemos, que confirmou seu voto apenas horas antes da votação.

“Este governo propôs um embargo ao governo do senhor Netanyahu para frear o genocídio em Gaza, e vocês vão votar contra”, afirmou Sánchez, dirigindo-se ao líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo, do Partido Popular (PP), que se posicionou contra o decreto. Segundo o governo espanhol, o embargo já vinha sendo aplicado na prática desde outubro de 2023, e sua formalização faz parte de um pacote de medidas em defesa da população palestina. O texto proíbe todas as exportações e importações de material de defesa e tecnologias de uso militar entre Espanha e Israel, além de bloquear o trânsito de combustíveis de aviação com possíveis aplicações militares.

O decreto também veta a publicidade de produtos oriundos de assentamentos israelenses considerados ilegais em Gaza e na Cisjordânia. Em casos excepcionais, o Conselho de Ministros poderá autorizar transações que sejam consideradas de “interesse nacional geral”. A decisão provocou novas tensões diplomáticas com Israel. A embaixada israelense em Madri classificou como “cínica e condenável” a escolha da data inicial da votação — 7 de outubro, aniversário do ataque do Hamas em 2023 —, que acabou adiada para esta quarta.

A Espanha tem se destacado entre os países europeus por sua postura crítica à ofensiva militar israelense. Em 2024, o governo de Benjamin Netanyahu já havia retirado o embaixador de Tel Aviv após Madri reconhecer oficialmente o Estado da Palestina. O texto aprovado afirma que a resposta de Israel aos ataques do Hamas “se converteu em um ataque indiscriminado contra a população palestina”, classificado por “a maioria dos especialistas como genocídio”.

*Com informações da AFP

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