Em um caso que abala a comunidade do Guará, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deu início a uma investigação sobre um perfil criado nas redes sociais, destinado a disseminar ódio contra Cleber Lúcio Borges, um empresário de 55 anos. Ele foi preso por agredir brutalmente sua esposa dentro de um elevador, em um evento que levantou sérias questões sobre a violência doméstica.
Esse perfil, com uma descrição impactante que afirma: “Sou vacilão / Aqui é só um perfil pra você deixar um comentário de ódio / Não precisa seguir”, é um reflexo da indignação popular, mas também levanta questões legais. O delegado da 4ª Delegacia de Polícia, Marcos Paulo Loures, ressaltou que as ações relacionadas a esse perfil podem caracterizar cyber bullying, sendo assim, serão rigorosamente apuradas conforme o artigo 146-A do Código Penal.
“Tal conduta pode configurar cyber bullying e será devidamente apurada pela PCDF”, afirmou Loures.
Por se tratar de uma ação penal pública incondicionada, a investigação não depende da vontade da vítima, e a pena prevista varia de 2 a 4 anos de prisão. Cleber Lúcio encontra-se detido na Papuda, e seu caso poderia ter culminado em um desfecho muito mais trágico, caso a mãe da vítima não tivesse agido prontamente.
“Acreditamos que esse caso poderia evoluir para um feminicídio”, acrescentou o delegado.
A mulher, que já havia sofrido agressões físicas e psicológicas anteriormente, decidiu não registrar a queixa. Contudo, a atitude corajosa de sua mãe possibilitou que a polícia interviesse. Dados alarmantes indicam que 67% dos casos de feminicídio têm como premissa a omissão das vítimas em denunciar suas experiências de violência.
A mãe, em um desabafo tocante, descreveu a dor de presenciar a destruição da vida de sua filha. “É muito triste, ver uma criança a quem você deu todo o carinho acabar dependente emocionalmente de alguém que causou tanto mal”, destacou.
O caso começou na última sexta-feira (1°/8), quando Cleber Lúcio agrediu sua esposa, de 34 anos, com socos e cotoveladas, resultando em sérias lesões. Através de um relato de um morador do prédio, a polícia foi acionada, mas a vítima inicialmente negou a agressão. Isso mudou quando os médicos, ao examiná-la, alertaram a mãe sobre a gravidade da situação.
O impacto das agressões deixou a mulher tão abalada que ela precisou ser encaminhada a um centro especializado. A proteção e a denúncia da mãe foram fundamentais para que sua filha pudesse romper com um ciclo de violência que a aprisionava.
As câmeras de segurança capturaram o momento aterrador em que Cleber atacou sua esposa. A brutalidade das imagens chocou a todos, evidenciando a urgência do tema da violência doméstica. Durante a prisão de Cleber, a polícia também apreendeu duas armas de fogo e mais de 500 munições, revelando um cenário ainda mais grave.
A defesa de Cleber argumenta que a investigação está em andamento e que as alegações ainda não resultaram em acusações formais. Enquanto isso, a situação da vítima continua a ser uma lembrança dolorosa da necessidade de uma mudança social significativa em relação ao tratamento da violência de gênero.
É crucial que a sociedade se una para apoiar vítimas e encorajar ações para prevenir esse tipo de abuso. Sua opinião é importante: como podemos promover mais segurança e justiça para as vítimas? Comente abaixo!