Pela primeira vez em uma semana de alta nos números de intoxicação por metanol no país, o Ministério da Saúde registrou queda no número de casos suspeitos. Nesta segunda-feira (6/10), a Pasta recebeu 217 notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólicas. Na noite desse domingo (5/10) havia sido informados 225 casos suspeitos.
Do total de 217 registros suspeitos, 17 foram confirmados e 200 seguem em investigação. O estado de São Paulo – epicentro da crise – concentra 82,49% das notificações, com 15 casos confirmados e 164 em investigação. Além de SP, o Paraná registra dois casos confirmados e quatro em investigação.
Bahia, Distrito Federal e Mato Grosso descartaram os casos que estavam sob análise.
Veja os números oficiais:
- São Paulo: 15 casos confirmados e 164 em investigação. Dois óbitos confirmados e seis em investigação.
- Acre: um caso em investigação.
- Ceará: três casos em investigação. Um óbito em investigação.
- Espírito Santo: um caso em investigação.
- Goiás: três casos em investigação.
- Minas Gerais: um caso em investigação.
- Mato Grosso do Sul: cinco casos em investigação. Um óbito em investigação.
- Paraíba: um caso em investigação. Um óbito em investigação.
- Pernambuco: 10 casos em investigação. Três óbitos em investigação.
- Piauí: três casos em investigação.
- Rio de Janeiro: um caso em investigação.
- Rondônia: um caso em investigação.
- Rio Grande do Sul: dois casos em investigação.
Em relação aos óbitos, dois foram confirmados em São Paulo e 12 seguem em investigação — sendo um em Mato Grosso do Sul, três em Pernambuco, seis em São Paulo, um na Paraíba e um no Ceará.
Além de São Paulo, o estado de Paraná teve as primeiras confirmações da intoxicação, em Curitiba.
As informações consideram os registros enviados pelos estados até esta segunda e estão sujeitas a atualizações locais. Os dados são divulgados nos canais oficiais do Ministério da Saúde diariamente.
Confira os locais, por estado, de cada notificação suspeita:
Desde a última terça-feira (30/9), a Polícia Federal (PF) investiga a procedência e a rede de distribuição de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. A instituição já trabalha com a hipótese de que o esquema não se limita a produtores clandestinos isolados, com indícios de envolvimento de facções criminosas.
Já a Polícia Civil de São Paulo trabalha com uma linha de investigação diferente.
Durante coletiva de imprensa nesta segunda, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), voltou a descartar a participação do crime organizado nos casos. Derrite também disse que ainda não foi descartada a possibilidade de o metanol ser proveniente da limpeza das garrafas de bebida – antes essa era a principal suspeita –, mas que a sua adição para a falsificação é a principal hipótese.
O metanol, também conhecido como de álcool metílico, é usado na indústria como solvente e na produção de combustíveis, tintas e plásticos.
O composto químico, usado ilegalmente para substituir o etanol em bebidas alcoólicas, por ser mais barato, é extremamente tóxico.
Sua ingestão gera compostos tóxicos no organismo, que atacam o sistema nervoso central e podem causar cegueira, falência de órgãos e morte, mesmo que consumido em pequena dose.