Em meio ao caos e à escalada da violência, o presidente do Peru, José Jerí, anunciou um estado de emergência em Lima, a capital, por 30 dias. A medida, válida a partir de meia-noite, visa combater a crescente criminalidade e a turbulência social, intensificada pela morte do rapper Eduardo Ruiz Sanz, conhecido como Trvko, durante protestos no dia 15 de outubro.
O falecimento do artista gerou uma onda de indignação em todo o país, particularmente entre os jovens da “Geração Z”, que saíram às ruas em busca de justiça. O incidente, que envolveu um disparo de um policial, reacendeu críticas à gestão de Jerí, que assumiu o cargo há poucos dias após o impeachment de Dina Boluarte, acusado de corrupção.
Com o estado de emergência em vigor, as autoridades estão habilitadas a restringir direitos de liberdade de reunião e trânsito, além de permitir operações conjuntas entre polícia e Forças Armadas. O governo espera que essas ações ajudem a desarticular o aumento da criminalidade e conter novos protestos que se aproximam.
As manifestações, que começaram de forma pacífica na Praça San Martín, rapidamente se transformaram em confrontos. Jovens ativistas, armados com coquetéis molotov e fogos de artifício, se opuseram às táticas de repressão da polícia, que responderam com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Relatórios indicam que cerca de 55 policiais e 20 civis ficaram feridos, e dez manifestantes foram detidos.
As demandas dos manifestantes vão além da simples questão de segurança: pede-se a saída do presidente interino, o fechamento do Congresso e a criação de uma nova Constituição através de uma assembleia constituinte. Jerí expressou suas condolências pela morte de Trvko e pediu uma investigação rigorosa para responsabilizar os culpados.
A revolta nas ruas é parte de uma agitação maior que começou ainda durante a presidência de Boluarte, com protestos contra uma reforma no sistema de aposentadorias. A população se mostra incrédula diante da corrupção e instabilidade econômica; um sentimento que, agora, se manifesta em um crescente desejo por mudança.
Jerí, ao tomar posse, declarou seu compromisso com a reconciliação nacional e o combate ao crime organizado. “O principal inimigo está lá fora, nas ruas: as gangues criminosas”, enfatizou. Com eleições gerais previstas para abril de 2026, ele reafirmou sua intenção de respeitar a soberania e a ordem constitucional, preparando o terreno para uma possível transição pacífica de poder.
Neste cenário conturbado, as vozes do povo tornam-se cada vez mais proeminentes. Quais são as suas perspectivas sobre a situação atual no Peru? Deixe seu comentário e participe dessa discussão.