
Em um cenário crescente de investigações, a Polícia Federal (PF) registrou até julho de 2025 um total de 20 novos inquéritos contra pessoas com foro privilegiado. Esse número representa aproximadamente um quarto do total de 89 apurações em andamento, refletindo a intensificação das investigações voltadas para autoridades que gozam desse mecanismo legal.
A PF não apenas está abrindo novos inquéritos, mas também finalizou 10 investigações, resultando em dois indiciamentos. Esses indiciamentos ocorrem quando há evidências substanciais de crime, proporcionando um avanço significativo nas ações da corporação. Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação e se referem apenas às investigações centralizadas na sede da PF em Brasília, através da Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores (CINQ).
Vale destacar que existem diversos inquéritos além daqueles contabilizados, como a operação Overclean, que, embora não esteja oficialmente registrada sob a supervisão da PF em Brasília, envolve a investigação de autoridades e pode aumentar ainda mais o total de casos em andamento.
Somando as ações em todo o Brasil, que tramitam nos tribunais superiores, o total de inquéritos chega a impressionantes 153. A importância desse número se reflete na vigilância que se amplia sobre autoridades de diferentes esferas, incluindo o presidente da República, ministros de estado e parlamentares, que são julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O foro privilegiado é um direito que visa proteger o exercício de funções públicas, evitando perseguições políticas e garantindo que essas autoridades sejam julgadas apenas pelas instâncias superiores. Recentemente, o STF ampliou esse entendimento, determinando que ex-ocupantes de cargos também podem ser investigados por crimes vinculados a suas funções, mesmo após deixarem seus postos.
Operações da PF têm sido uma constante neste ano, com foco em investigações de uso indevido de emendas parlamentares. Um exemplo disso é o deputado Júnior Mano (PSB-CE), alvo da PF em julho por suspeitas de fraudes em processos licitatórios, que resultaram em mandados de busca e apreensão autorizados pelo STF. O caso indica que o deputado pode estar diretamente envolvido em desvios de emendas para consolidar sua base de apoio político.
Além disso, a PF investiga o deputado Antonio Doido (MDB-PA) por suposta compra de votos, em um inquérito solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Essa apuração busca esclarecer a conexão do parlamentar com um grupo suspeito de saques milionários em bancos do Pará, com indícios de que esses recursos provêm de desvios de verbas públicas usados para comprar votos nas eleições de 2024.
Um marco importante nessas investigações ocorreu em outubro de 2024, quando um policial militar foi preso ao sacar R$ 5 milhões em Castanhal (PA). Meses depois, outra apreensão envolvendo R$ 1,1 milhão ocorreu com um assessor de Antonio Doido. A PGR requisitou que esses dois casos fossem unificados, evidenciando a complexidade da corrupção em jogo e a necessidade de uma resposta eficaz do sistema judicial.
Diante desse panorama de investigações e desdobramentos, convidamos você a compartilhar sua opinião sobre a importância do combate à corrupção e a eficácia do foro privilegiado. O que você acha que pode ser feito para melhorar a transparência e a responsabilidade no serviço público? Deixe seu comentário aqui!