MUNDO
Relatório revela que oceanos ultrapassaram um limite crucial e estão mais ácidos
Praia Huelva, na Espanha –
Fechar
O nosso planeta acaba de atravessar um marco alarmante: sete dos nove limites planetários foram superados. Esse dado preocupante vem à tona a partir de um relatório do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre o Impacto Climático (PIK), destacando o momento crítico que a Terra vive.
Em 2025, os oceanos adentraram a “zona de perigo” devido à acidificação, um processo que não apenas ameaça as criaturas marinhas, mas também compromete a estabilidade climática mundial. O que isso significa para o nosso futuro?
Limites planetários: Conceituados pelo cientista Johan Rockström em 2009, esses limites são indicadores fundamentais para a saúde da Terra. Quando ultrapassados, o risco de colapso ambiental e extinções em massa aumenta drasticamente. Atualmente, apenas dois limites — a camada de ozônio e os aerossóis atmosféricos — permanecem dentro de níveis seguros.
O impacto mais recente refere-se à acidificação dos oceanos, que, antes considerada como um alerta, agora é uma realidade alarmante. A diminuição dos níveis de pH compromete espécies essenciais como corais e moluscos, pilares da cadeia alimentar marinha.
Conforme afirma Levke Caesar, pesquisador do PIK: “O oceano está se tornando mais ácido, os níveis de oxigênio estão caindo e as ondas de calor marinhas estão aumentando. Isso pressiona um sistema vital para estabilizar o planeta”.
Impactos da transgressão: O relatório destaca sete processos que já romperam fronteiras críticas: alterações na utilização da terra, mudanças climáticas, perda de biodiversidade, ciclo do nitrogênio e fósforo, uso de água doce, poluição química e a já citada acidificação dos oceanos. Todos esses fatores aumentam a pressão sobre a segurança alimentar e o acesso à água potável.
Para especialistas, o cenário é alarmante. “Os dados mostram que o planeta está sob enorme pressão. Se não tomarmos medidas imediatas, podemos acelerar a crise climática e a perda de biodiversidade”, alerta Renata Piazzon, diretora-geral do Instituto Arapyaú.
As soluções propostas incluem a redução das emissões de gases de efeito estufa, políticas de proteção ambiental e o controle do uso de fertilizantes químicos. A resposta deve ser integrada e coordenada, ressaltam cientistas, dado que todos esses elementos estão entrelaçados.
O professor Gilberto Pessanha Ribeiro, da Unifesp, resume a complexidade da situação: “A causa é multifatorial. As soluções também terão que ser”.
Como a sua voz pode fazer a diferença? Compartilhe suas opiniões e ideias nos comentários e junte-se à conversa sobre como podemos mudar essa realidade juntos!